Na tarde do último domingo (9), uma garçonete de um bar na Praia do Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi vítima de injúria racial. Uma cliente ofendeu Társila Almeida, de 21 anos, de “macaca suja”. Além disso, a mulher identificada como Lívia Coelho, também disse para a funcionária que ela não deveria trabalhar no local e comparou a cor da trabalhadora a cor do saco plástico da lixeira.
A cliente foi presa em flagrante e o caso foi registrado como injúria racial na 9ª Delegacia de Polícia Civil do Catete. Mas as agressões verbais também se tornaram físicas. Em determinado momento, a garçonete, que está grávida, sentiu suas tranças serem puxadas. A força foi tanta, que segundo ela, o cabelo foi arrancado pela raiz.
Ao jornal Extra a garçonete contou que Lívia tentou entrar no bar pela manhã, antes de abrir. Depois que o estabelecimento foi aberto, a mulher começou a ingerir bebidas alcoólicas e por volta das 12h, os xingamentos racistas começaram. “Ela (a cliente) começou a me chamar de ‘macaca’, ‘suja’, ‘feia’ e disse que eu não merecia estar onde estava”, conta a jovem.
Apesar de ignorar as ofensas, Társila afirmou que foi surpreendida com a mulher puxando e arrancando seu cabelo. Em seguida, a polícia foi chamada, mas o transtorno já havia se instaurado, deixando a funcionária abalada.
“Nunca passei por nada semelhante a isso, me senti humilhada. Me senti humilhada no meu local de trabalho, na minha zona de conforto. Infelizmente, a minha ficha ainda não caiu totalmente. Fui trabalhar disposta, num domingo de Páscoa, e passei por isso tudo”, lamentou Társila, que completou indignada com as motivações do ataque.
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“Estou muito incomodada, porque a minha cor faz mal sem eu ter feito nada. Fiquei muito estressada, e como estou no começo de uma gestação, estou preocupada com o meu filho”, disse.
Outros funcionários que testemunharam as agressões prestaram depoimento, confirmando o que a garçonete afirmou em seu testemunho. A acusada não prestou depoimento, mas a mãe de Lívia disse que a filha sofre de transtorno bipolar e toma remédios controlados. Com um histórico com a justiça, a mulher já responde a um processo por lesão corporal e desacato a policiais.