Recentemente, a modelo e ex-refugiada sudanesa Adut Akech , conhecida por trabalhos em grandes marcas como Chanel e Saint Laurent, deu uma entrevista para a publicação Who Magazine e teve sua matéria ilustrada com a foto de uma outra top model negra, Flavia Lazarus.
Em seu Instagram, Akech desabafou, falou sobre o que tinha acontecido e disse que se sentiu profundamente magoada e desrespeitada.
“Para quem não sabe, na semana passada, a @whomagazine (Austrália) publicou um artigo sobre mim. Na entrevista, falei sobre como as pessoas vêem os refugiados e da atitude das pessoas relativamente à cor, no geral. Acompanhando o artigo, veio uma foto grande que eles referiram ser minha. Mas era de outra mulher negra. Isto me deixou chateada e com raiva, fez-me sentir muito desrespeitada e para mim é inaceitável e indescupável, sejam quais forem as circunstâncias”, continua, referindo que o insulto foi feito a toda a raça negra, principalmente por tudo o que a modelo defendeu na entrevista.
“Quem fez isto claramente pensou que era eu naquela foto e isso não é correto (…) Isto vai contra aquilo que eu defendo e falei durante a entrevista. Mostra que as pessoas são muito ignorantes e de mente fechada, porque acham que todas as mulheres negras ou africanas são parecidas”, escreve a modelo, que afirma que o mesmo nunca aconteceria com modelos brancas.
Ela continuou: “Eu acredito que isso não teria acontecido com uma modelo branca. Minha intenção não é criticar a Who Magazine (eles se desculparam comigo diretamente), mas eu sinto que preciso expressar publicamente o que eu penso. Isso tudo me afetou profundamente e nós precisamos começar uma conversa importante. Eu tenho certeza de que eu não sou a primeira pessoa que passou por isso e nós temos que acabar com essa situação. Eu já fui chamada pelo nome de outra modelo que é da mesma etnia do que eu, o que é muito ignorante, rude e desrespeitoso para nós duas simplesmente porque nós sabemos que isso não acontece com modelos brancas. Eu gostaria que isso que aconteceu funcionasse para que as pessoas da indústria acordassem e percebessem que isso não é OK e que é preciso fazer melhor. Grandes publicações precisam ter certeza de que seus fatos foram checados antes de publicarem, especialmente quando se trata de uma matéria real e entrevista, e não apenas um rumor. Para aqueles que trabalham em desfiles, é importante não misturar o nome das modelos. Austrália, você tem muito trabalho para fazer e precisa melhorar, e isso serve pata o resto da indústria”.
Após o post da modelo, a revista Who Magazine se pronunciou e culpabilizou a agência que organizou a entrevista. Segundo um comunicado feito pelo escritório de relações públicas OPR, eles enviaram a foto errada para a publicação devido a um problema interno. Ambos pediram desculpas pelo episódio.