Historicamente disputada no dia do aniversário da cidade de São Paulo, a Taça São Paulo de Futebol Júnior teve fim na última quarta-feira (25), com a vitória, nos acréscimos, do Palmeiras sobre o América-MG por 2×1, que deu o bicampeonato para o time paulista.
Para o segundo lugar fica o gostinho amargo da medalha de prata, mas a certeza de futuro próspero no time mineiro. Além do atacante Lucas Campos e do goleiro Cássio, destaques da competição, outro nome chamou a atenção pelo seu posicionamento fora das quatro linhas.
Mairon César Moreira, mineiro de 36 anos, é o treinador da equipe sub-20 do América-MG, e tem discurso contundente sobre a representatividade de ser um técnico preto em um país onde os profissionais negros têm menos acesso ao mercado de trabalho.
“Não só importante, como essencial para que as coisas, a sociedade, evoluam. Não só como treinador, como todo o estafe, que cheguem diretores, que tenham outros cargos de importância no futebol, com negros chegando e ocupando”, disse em entrevista coletiva.
Apenas três de 40 treinadores dos times da Série A e Série B são negros. Dos 20 técnicos que terminaram a Série A de 2022, apenas um era negro: o interino Orlando Ribeiro, no Santos, que já deixou o cargo. Mairon levou o Coelho à segunda final de Copinha da história do América-MG, com campanha histórica e destaque positivo não só dentro da área técnica.
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Mairon completa ainda e ressalta a importância de ver pessoas negras ocupando espaços que antes eram destinados apenas às pessoas brancas. “A questão da representatividade. Eu estar aqui representando e participando de uma final é algo talvez, não sei se posso dizer isso, mas vou me dar a chance de errar, histórico”, afirma.