A Subsecretária-chefe da ONU, Amina Mohammed, pediu, nesta quarta-feira (21), aos países que considerem urgentemente o pedido do Haiti de uma força armada internacional especializada para ajudar a restaurar a segurança no país caribenho e aliviar uma crise humanitária.
As gangues haitianas expandiram seu território desde o assassinato do presidente Jovenel Moise em 2021. A violência resultante deixou grande parte do país fora dos limites do governo e levou a tiroteios de rotina com a polícia.
“Agora certamente não é hora de o mundo se afastar do Haiti”, disse ela ao Conselho de Segurança da ONU. “É hora de intensificar e transformar a crise atual em uma oportunidade para o Haiti se recuperar mais forte”.
Em setembro, gangues haitianas criaram uma crise humanitária ao bloquear um terminal de combustível por quase seis semanas, interrompendo a maior parte da atividade econômica.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, propôs em outubro que um ou vários países enviassem “uma força de ação rápida” para ajudar a polícia do Haiti a remover uma ameaça representada por gangues armadas. Ele não estava sugerindo que a força fosse enviada pelas Nações Unidas.
Até agora, porém, nenhum país se ofereceu para liderar tal força, embora as Bahamas tenham dito que poderiam enviar tropas ou policiais se solicitados a fazê-lo. Diplomatas também disseram que alguns países africanos também estão prontos para oferecer apoio.
O vice-embaixador da ONU, Robert Wood, disse ao Conselho de Segurança que Washington continua “a defender o apoio à segurança internacional, incluindo uma força multinacional não pertencente à ONU, conforme solicitado pelo governo haitiano”.
“Os Estados Unidos forneceram mais de US$ 90 milhões em apoio de segurança ao Haiti nos últimos 18 meses e continuarão a fornecer apoio crítico bilateralmente”, disse Wood.
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A Rússia solicitou a reunião do Conselho de Segurança sobre o Haiti na quarta-feira. O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse: “Temos dúvidas de que a opção de enviar força militar internacional possa mudar fundamentalmente a situação”
A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse em outubro que os Estados Unidos estavam elaborando uma resolução do Conselho de Segurança para apoiar uma missão não pertencente à ONU para aumentar a segurança e permitir o fluxo de ajuda humanitária. Mas diplomatas disseram que a medida não seria votada até que uma força fosse formada.
Uma resolução do conselho precisa de nove votos a favor e nenhum veto dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China ou Rússia.
Fonte: Reuters