A fundadora de uma ONG de combate à violência doméstica, Ngozi Fulani, foi constrangida com insistentes perguntas racistas durante um evento organizado pela família real britânica. “Isso é maior do que um indivíduo. É racismo institucional”, destacou a ativista nesta quarta-feira (1°).
Fulani estava como convidada em um evento sobre o combate à violência doméstica da Rainha consorte da Inglaterra Camilla Parker Bowl, no Palácio de Buckingham, na terça-feira (29), quando Susan Hussey, madrinha do príncipe William e uma dama de companhia da falecida rainha Elizabeth II começou a perguntar-lá incessantemente sobre a origem da ativista.
Hussey perguntou diversas vezes à ativista: “De onde você é realmente?”, “De que parte da África você vem?” “Mas de que nacionalidade você vem?”, “De onde vem o seu povo?”. Fulani descreveu ter ficado chocada com o comportamento de Hussey que apenas interrompeu o interrogatório quando a ativista disse que nasceu na Inglaterra, e que os pais dela haviam imigrado para o Reino Unido na década de 1950.
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“Eu sabia que chegaríamos lá no final, você é caribenha!”, disse por fim Hussey. A aristocrata inglesa pediu desculpas e renunciou ao seu cargo nesta quarta-feira (1°) depois que o caso foi denunciado.
“Fiquei em choque”
Em entrevista ao The Independent, Fulani contou que não respondeu a violência por ter ficado em choque e ter pensado sobre como a ONG e as mulheres atendidas por ela seriam afetadas.
“Fiquei em choque depois que aconteceu e quem me conhece sabe que não aceito esse tipo de besteira”, disse Fulani, “mas tive que considerar tantas coisas. Como uma pessoa negra, me vi numa posição em que queria dizer algo, mas o que aconteceu seria automaticamente visto como minha culpa, isso afetaria negativamente [minha ONG] Sistah Space”.
O palácio se pronunciou através de um porta-voz do príncipe William e disse que “o racismo não tem lugar em nossa sociedade” e que “os comentários foram inaceitáveis “.
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