Em Curitiba: Pedagoga é ameaçada de morte depois de denunciar vizinha por racismo

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A pedagoga Katiussia Graziella da Silva sofre desde setembro com o racismo e ameaças de uma vizinha de condomínio em Curitiba (PA). Neste último sábado (12) a jovem de 18 anos foi presa em flagrante por injúria racial depois de agredir e proferir ataques racistas contra Katiússia que desde então também sofre com ameaças de morte por parte da mulher.

A agressora ainda direciona ameaças e xingamentos homofóbicos ao filho mais velho da pedagoga, que tem 15 anos de idade. O garoto que é autista está muito agitado desde as agressões e a mãe disse que tanto ele quanto o filho mais novo de oito anos ficam sem entender as constantes agressões racistas. Eles me perguntaram: “Mãe, porque tem gente que não gosta da sua cor?”, contou Katiussa ao Notícia Preta que relata que outras crianças pretas do prédio também foram atacadas pela jovem.

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“Cresci passando isso, chega, o racismo não tem limite!” / Foto: Reprodução Redes

A pedagoga conta que desde setembro deste ano ela sofre com os ataques racistas da jovem que já a chamou de “negrinha feiosa”, “negrinha fedida” e “preta encardida”. Katiussia ainda conta que a vizinha, que era menor de idade na época das primeiras agressões, começou a persegui-la dentro do condomínio onde elas moram, observando sempre quando ela saia para colocar o lixo pra fora, por exemplo, para fazer os ataques quase diários. “Ela me ameaçou de morte, disse que o pai dela vai se encarregar de me matar. É um ódio explícito!”

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Em setembro a pedagoga registrou um primeiro boletim de ocorrência depois que a jovem cuspiu na cara dela. Como à época a garota era menor de idade, não chegou a ser apreendida, mas foi aberto um inquérito para investigar o caso. Imagens do circuito do prédio registraram essa primeira agressão física onde a adolescente passa ao lado de Katiússia e cospe na cara dela.

No último sábado (12), contudo, as agressões racistas se repetiram e a pedagoga se defendeu do ataque e chamou a polícia. “Eu procurei a mídia porque eu passo por isso há muito tempo e não vou aceitar de cabeça baixa porque o racismo não tem fim”, contou a pedagoga ao dizer que diversas outras pessoas da região também ouviram ataques racistas dessa mesma mulher.

Vídeo da primeira agressão (imagem foi embaçada porque na época a jovem tinha 17 anos) / Fonte; Arquivo Pessoal

Neste final de semana, como a jovem completou 18 anos recentemente, ela foi presa em flagrante por injúria racial sem direito a fiança. A pedagoga, contudo, ainda teme pela própria vida e pela vida dos filhos que foram ameaçados pela vizinha. “Eu disse aos meus filhos que isso e vou fazer para defender nossa raça, mesmo que aconteça algo comigo. Cresci passando isso, chega, o racismo não tem limite!”, desabafou a pedagoga.

O Notícia Preta entrou em contato com a Polícia Civil do Paraná para saber o andamento das investigações e sobre as ameaças de morte sofridas pela pedagoga e pelos filhos. Em nota, a PCPR informou que instaurou um inquérito policial para investigar o caso e está ouvindo pessoas envolvidas “a fim de esclarecer o fato”, diz o texto. A suspeita foi autuada em flagrante por injúria racial sem direito a fiança, no sábado (12). A PCPR informou que detalhes complemetares não serão informados pela coorporação.

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