Luciana Viegas representará pessoas negras com deficiências na ONU

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Luciana Viegas representará o Movimento Vidas Negras com Deficiência Importam (VNDI) apresentando o relatório sobre a situação das pessoas negras com deficiência na 18ª sessão sobre equidade racial da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra no dia 15 de novembro.

O Movimento Vidas Negras com Deficiência Importam (VNDI) foi convidado pela Minority Rights Group para realizar um projeto de pesquisa a fim de observar como os marcadores sociais de raça, gênero e deficiência estão presentes nas diferentes formas de discriminação na vida de pessoas negras com deficiência, incluindo as que pertencem a comunidades tradicionais, como quilombolas. O VNDI com os parceiros MRG e Universidade de York, irá submeter um relatório ao comitê da CERD na ONU sobre: “A situação das pessoas Negras com Deficiência no Brasil”.

Luciana Viegas
Luciana Viegas embarcará rumo a CERD na ONU. Foto – Divulgação

Pesquisa baseada em dados censitários mostra que as pessoas negras são significativamente mais propensas a viver em áreas inacessíveis para cadeiras de rodas com sistemas de saneamento, iluminação e drenagem inadequados. Este segmento da população também evidencia taxas mais altas de violência e desemprego, acesso restrito à educação, saúde mais precária, menos oportunidades econômicas, bem como marginalização da participação social e política. Em resultado, as pessoas negras com deficiência estão mais frequentemente localizadas nas posições mais vulneráveis ​​e violentas da sociedade brasileira, sendo sobrerepresentadas em populações sem-teto e no sistema de justiça criminal.

“Um projeto muito interessante porque além dessa questão histórica sobre a incidência, tem uma questão relacionada aqui um movimento de pessoas negras com deficiência.  Lá no Reino Unido observaram a movimentação do VNDI pelas redes sociais”, ressalta Luciana Viegas.

O objetivo geral é propor uma medida de proteção integral aos direitos das pessoas marginalizadas com deficiência que sofrem discriminação interseccional no Brasil. O movimento acredita que a intersecção entre as formas de opressão de racismo e capacitismo tem sido reconhecida por meio dos movimentos de justiça social que visam a construção de sociedade antirracista, anti-capacitista e inclusiva para todos. Assim, este projeto destaca o racismo sistêmico experimentado por brasileiros pretos e pardos com deficiência, neurodiversos e seus familiares em nível internacional e nacional.

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Cada vez mais, a discriminação interseccional está sendo reconhecida pelos comitês dos órgãos de tratados da ONU, mais notavelmente a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW) e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências (CPCD). Embora isso indique progresso no reconhecimento de questões interseccionais enfrentadas por comunidades marginalizadas em nível internacional, particularmente aquelas de indígenas, pessoas negras, ainda há um longo caminho a percorrer para que as questões sejam reconhecidas e traduzidas em ação afirmativa em nível nacional e local.

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