A Faculdade de Direito da UFBA elegeu, na última sexta-feira (05), o primeiro professor titular negro. Após 131 anos da fundação, a faculdade deu posse ao promotor de Justiça do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e professor de Direito ambiental da instituição, Heron Gordilho. O profissional foi aprovado por uma comissão julgadora, formada por cinco avaliadores da Bahia e de fora do Brasil, após apresentar um memorial acadêmico.
A banca de avaliação foi presidida pelo professor emérito da UFBA, vereador e ex-prefeito de Salvador, Edvaldo Brito, que dedicou 50 anos de sua vida à universidade baiana. Brito foi o primeiro homem negro a fazer parte do corpo docente da instituição.
“Não tive a felicidade e a honra que tem Vossa Excelência, de ser professor titular dessa faculdade, mesmo estando há meio século da minha vida aqui. Esse é um momento singular da minha vida: poder, antes de morrer, presidir nesta casa uma banca de titularidade, e sendo exatamente de um filho, como é Vossa Excelência para mim. Parabéns! Faça nessa casa o que eu nunca consegui fazer”, desejou Brito.
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Emocionado, Gordilho agradeceu pela conquista, mas afirmou que não sente nenhuma honra pelo fato de ser o primeiro professor titular negro da Faculdade de Direito da UFBA. “Queria ser o centésimo. Tenho orgulho, sim, de alcançar esse cargo. […] A nossa sociedade, mesmo sendo composta por 80% de pessoas negras, precisou de 131 anos para um professor negro ocupar esse cargo. Precisou professor Edvaldo ir para a USP para ocupar esse lugar”, iniciou.
Não devia ser evidenciada a cor do professor, mas sua capacidade e seu caráter, até porque a Bahia é o estado que maus tem negro. O preconceito está enraizado em todas as classes e etnias. Há uma vitimizacao da raça negra, pelo fato de ter sido degredada e escravizada.