Na próxima quarta-feira (24) será realizado o primeiro seminário para pensar ações de combate ao racismo no futebol brasileiro. O encontro será realizado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, e é fruto de uma parceria entre o Observatório da Discriminação Racial no Futebol e a Entidade maior do futebol brasileiro.
O intuito deste primeiro encontro é tratar discriminação e violência no futebol que vai contar com a participação de várias entidades. Além disso, segundo Marcelo Carvalho, Diretor do Observatório, na ocasião será lançado o relatório 2021, com os casos de racismo que aconteceram no futebol brasileiro no ano passado.
Ainda de acordo com Carvalho, o objetivo do relatório é revelar os desdobramentos e cobrar um posicionamento das entidades competentes sobre cada caso. Ele lembrou ainda que parceria firmada com a CBF trará possíveis novas iniciativas para combater o racismo dentro e fora dos estádios.
“A assinatura dessa parceria é válida pelos próximos quatro anos e os próximos relatórios terão subsídios da CBF para produção do Observatório. Esse novo olhar da entidade é um dos pontos principais, por conta do aumento dos casos de racismo”.
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Marcelo Carvalho ressalta ainda que a parceria serve para fortalecer ambos os lados e que a iniciativa partiu da própria entidade. “O mais importante é que a CBF procurou o Observatório para essa parceria, pra gente pensar em ações de combate ao racismo no futebol brasileiro”, conclui.
Impunidade
Um caso chamou a atenção do público: dois irmãos chamaram um segurança do Mineirão, em Belo Horizonte (MG), de “macaco” durante uma discussão no clássico Cruzeiro e Atlético, em novembro de 2019. Mesmo com vídeo mostrando nitidamente as falas racistas, a Justiça Mineira absolveu os dois criminosos, alegando que a punição por injúria racial não se aplica porque “o ato racista teria sido motivado por ‘uma crescente e justificável ira’, por parte dos torcedores”.
De acordo com os desembargadores, os xingamentos proferidos por Natan foram, “em alguma medida, provocados pela própria vítima”, devido à decisão do segurança em continuar impedindo a saída dos torcedores do setor. O segurança alegou ter realizado essa ação para prevenir que os torcedores do Atlético tivessem acesso à torcida do Cruzeiro.
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