Aproximadamente 38 milhões de brasileiros sobrevivem de trabalhos informais, ou seja, sem vínculos legais e sem respaldo da seguridade social. Destes, 64% são homens negros e mulheres negras. Os dados são de uma pesquisa realizada por meio de uma parceira entre a Fundação Arymax, a B3 Social e o Instituto Veredas.
A pesquisa revela que há no Brasil uma legião de subempregados que sobrevive na precariedade e na insegurança em um país onde 27 milhões de cidadãos vivem abaixo da linha da pobreza e de 12 milhões pessoas estão de desempregadas. Estes indicadores são de abril deste ano, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa mostra ainda que há quatro categorias distintas dentro do que se classifica como “informal” no país: os informais de subsistência, os informais com potencial produtivo, os informais por opção e os formais frágeis, que em linhas gerais apresentam diferenças no que diz respeito à formação e à renda que obtêm no fim do mês. A somatória de todos os trabalhadores nessas condições laborais precárias, com renda imprevisível e sem qualquer garantia trabalhista representa uma legião maior que a população do Canadá, por exemplo.
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Segundo o levantamento, o Brasil tinha 19,7 milhões de trabalhadores classificados como informais de subsistência no terceiro trimestre de 2021 o período mais recente com dados disponíveis quando a análise começou a ser feita.
O grupo reunia profissionais com renda de até dois salários mínimos e que preenchiam ocupações marcadas pela instabilidade, como é o caso dos bicos.
Esses 19,7 milhões correspondiam a 60,5% de um universo de 32,5 milhões de trabalhadores inseridos em postos informais ou em vagas que, mesmo com carteira assinada ou CNPJ, tinham traços da informalidade, como a incerteza de rendimento ao final do mês.
Ainda de acordo com o estudo, 75,4% dos informais com ensino fundamental incompleto ou inferior pertenciam ao grupo dos trabalhadores que buscavam apenas o básico para sobrevivência no terceiro trimestre de 2021.
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