No início da tarde desta sexta-feira (17), a população em situação de rua formou uma fila gigantesca no Centro de Belo Horizonte (MG) para receber alimentação gratuita, cedida pela Prefeitura da capital mineira.
Por volta das 13h, a fila chegava a dois quarteirões no entorno do Restaurante Popular que, desde 2020, oferece almoço gratuito aos finais de semana e feriados prolongados a pessoas em situação de rua. De acordo com o Executivo municipal, são mais de 4, mil sem-teto em BH. Porém, um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), esse número pode passar das 9 mil pessoas.
Segundo o boletim Desigualdade nas Metrópoles, Subiu para 21,1 milhões o total de pessoas em situação de vulnerabilidade social nas metrópoles, com rendimento médio per capita de no máximo 1/4 do salário mínimo, ou seja, R$ 303 por pessoa.
A pesquisa revela também que, entre os 40% mais pobres, a renda média domiciliar per capita proveniente do trabalho voltou a cair após 5 trimestres de recuperação, ficando em R$ 240,79, contra R$ 245,55 no final de 2021, se mantendo abaixo do valor pré-pandemia (R$ 286).
Outro estudo, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), revela que o Brasil atingiu o número de 33 milhões de brasileiros passando fome, e 70% deles são pessoas negras. O número de brasileiros em insegurança alimentar grave quase dobrou desde 2020, epicentro da pandemia da Covid-19.
A pesquisa Vigisan (Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil) também revelou que, entre os anos de 2020 e 2022 o número de pessoas com algum tipo de insegurança alimentar subiu de 116 milhões para 125,2 milhões, chegando a 58,7% da população brasileira. Isso significa que esta parcela da sociedade está preocupada com a possibilidade de não ter alimentos no futuro ou já passam fome atualmente.
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