A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) reportou ao Tribunal Penal Internacional o desaparecimento do indigenista licenciado da Funai, Bruno Pereira, e do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do The Guardian.
Nesta terça-feira (14)a entidade enviou ao Tribunal uma manifestação atualizando a denúncia contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Além disso a Apib citou o caso dos dois desaparecidos desde o dia 5 de junho, no Vale do Javari, próximo à cidade de Atalaia do Norte (AM).
O documento relata “a omissão estatal na realização das buscas e que a possível ocorrência de um crime são efeitos da política anti-indígena de Bolsonaro”. Há quase um ano, em agosto de 2021, a mesma entidade denunciou o presidente na Corte de Haia, na Holanda, por genocídio da população indígena, após a morte de 1.162 indígenas durante a pandemia.
Na atualização da denúncia, a entidade relata mais três crimes do chefe do Executivo, entre os meses de janeiro e maio deste ano. Além do desaparecimento no Vale do Javari, no documento constam também a “ampliação significativa da atividade garimpeira na Terra Indígena Yanomami”, considerada a maior reserva indígena do Brasil.
Bolsonaro e a causa indígena
Ironicamente, em março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro recebeu a Medalha do Mérito Indigenista, oferecida pelo Ministro da Justiça, Anderson Torres. A condecoração é oferecida a pessoas e entidades que se destacam na defesa dos interesses dos povos indígenas brasileiros. No entanto, o presidente tem sido criticado por sua política em relação os indígenas.
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