Cansado de ser abordado com frequência, e sem motivos, por GCMs caminho do trabalho, o carteiro Marcos Ambrósio, de 40 anos, decidiu no dia 27 de março não mostrar sua identificação. Ao passar pela região conhecida como “cracolândia, no Centro de São Paulo, Marcos, que é carteiro há 19 anos foi agredido com socos e chutes pelos agentes.
Marcos foi encaminhado a um Distrito Policial na Santa Cecília,onde informou ter sido agredido, mas após ser ameaçado pelos próprios agentes. o carteiro ficou com medo e acabou se dizendo arrependido.
Foi lavrado um termo circunstanciado onde Marcos consta como agressor. Segundo a vítima, ele tentou ser novamente ser ouvido, acionou a Defensoria Pública e foi orientado a procurar a Delegacia dos Crimes Raciais e de Intolerância.
Marcos fez um registro de ocorrência e foi aberto um inquérito para investigar o crime de racismo.
Em nota, a Guarda Civil disse que não tem conhecimento da agressão sofrida pelo Marcos e que foi o carteiro que agrediu o GCM. A Guarda informou ainda que a Corregedoria Geral da GCM recebeu o ofício da defensoria pública, o que permite a abertura de investigação.
A Secretaria Municipal de Segurança urbana disse que todas as denúncias de irregularidades são apuradas. E caso confirmada infração disciplinar, os guardas são punidos.
A história foi contada pelo repórter Chico Prado, na rádio CBN de São Paulo. Confira o relato do carteiro:
“Uma guarda civil me parou e pediu para olhar minha bolsa. Você já sabe que eu trabalho nos Correios todo dia vocês me abordam. Nesse momento veio outro guarda e pediu para eu mostrar o documento. Eu falei que só iria mostrar se fosse para um policial militar.
Aí ele me deu um soco no peito. Eu revidei a agressão. Nisso tinha cinco GCMs me agredindo com pontapés e cassetetes. Quando foram me levar ao Pronto Socorro da Barra Funda, lá se encontravam dois guardas. Um me deferiu com o cassetete na costela e o outro me deu um soco. Me tiraram do chiqueirinho falaram que se eu disse alguma coisa para o médico eu iria apanhando do PS até a delegacia.
Na sala do pronto-socorro tinha dois guardas. Falei para o médico que tinha sido agredido pelo GCM. Quando saí do PS, eles voltaram a me agredir e antes de fechar a viatura jogaram spray de pimenta no meu rosto.
Eu sou suspeito por causa da minha cor? Se eu não estou com a roupa dos Correios eu sou suspeito?”