40 pistas em fazendas são usadas para invasão de Terra Yanomami, aponta relatório

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O relatório “Yanomami sob ataque”, da Hutukara Associação Yanomami (HAY), revela que existem cerca de 40 pistas de pouso e decolagem clandestinas são utilizadas por garimpeiros para chegar na maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami (TIY), em Roraima.

Uma das pistas mapeadas na região do Catrimani – Foto: Reprodução/HAY

O relatório mapeou as pistas em fazendas que são suspeitas de dar suporte aos garimpos ilegais e prestar serviços aos exploradores. Outras 12 pistas clandestinas são para o transporte de pessoas, alimentos e equipamentos utilizados nos garimpos.

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“O frete aéreo é o modo mais caro para se acessar os garimpos instalados na floresta. O valor de uma viagem para as pistas Rangel, Cascalho, Jeremias, Espadim, Malária e Pau Grosso, principais pistas clandestinas da Terra Yanomami, custam cerca de R$ 11 mil”, afirma o documento da HAY. Ainda de acordo com o relatório, durante a viagem, os garimpeiros têm direito a 500kg de carga e transporte terrestre até o local da decolagem.

A HAY revela também que, com a redução da fiscalização, as pistas de uso exclusivo do Distrito Sanitário foram ocupadas por garimpeiros, como em Kayanau, na confluência do rio Couto de Magalhães com o Mucajaí. “Sabe-se também que, na mesma zona, na Vila Samaúma, existem hotéis dedicados a pessoas que trabalham na logística garimpeira (em especial pilotos) e postos de gasolina especializados em fornecer combustível para o maquinário utilizado na atividade”, afirma.

Inflação no garimpo

O relatório da HAY mostrou também que alguns indígenas prestam serviços aos garimpeiros em troca de dinheiro ou ouro, trabalhando como carregadores. No entanto, os valores recebidos são consumidos nas cantinas dos acampamentos e um quilo de arroz ou frango, segundo o relatório, chega a custar um grama de ouro, avaliado em R$ 400,00. “Na região da cabeceira do Catrimani, estão os maiores acampamentos e estruturas de apoio ao garimpo na região, como bares, mercearias e prostíbulos”, revela o documento.

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