A Polícia Federal (PF) prendeu Tupirani da Hora Lores, religioso que estava a frente da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, por crimes de racismo, dentro da Operação Rófesh, nesta quinta-feira, 24. Em um culto gravado e difundido em junho de 2020, ele afirmou que os judeus “deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial”. Tupirani também atacava outras religiões, como as de origem afro.
Além do cumprimento do mandado de prisão preventiva, os policiais federais também apreenderam um celular.Tupirani foi preso em casa, na sede da igreja, no Morro do Pinto, no Santo Cristo, na região central do Rio de Janeiro. Além dos crimes de racismo e ameaça, Tupirani responderá por incitação e apologia de crime. Caso seja condenado, ele poderá cumprir pena de até 26 anos de reclusão.
Sobre a operação, a PF explica que o nome “Rófesh”, em hebraico, significa liberdade, “fazendo alusão às recentes discussões sobre os limites da liberdade de expressão”. A operação foi coordenada pelo Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF e os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal. A PF afirma que Tupirani continuou atacando outras religiões mesmo após a ação do órgão. Ele foi o primeiro condenado no Brasil por intolerância religiosa. Em junho de 2009, ele e um discípulo chegaram a ser presos pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática da Polícia Civil do RJ, conforme informações do G1.
A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) informou em nota que o trabalho da polícia é fundamental para conter esse tipo de crime.
“É a certeza da aplicação da lei contra o racismo que poderá em um primeiro momento conter esse mal que alicerça o ataque a segmentos historicamente discriminados. Em outra vertente, a educação para que as gerações futuras não mais reproduzam o racismo”, disse a entidade.