O hospital Vila Nova Star e a Secretaria-Geral da Presidência da República não conseguem explicar quem arcará com o transporte aéreo do médico Antônio Luiz Macedo, que estava de férias, nas Bahamas, e veio às pressas atender o presidente Jair Bolsonaro (PL), no início do mês de janeiro, após uma crise de obstrução intestinal.
Beatriz Macedo Lopes, filha do cirurgião, disse ao UOL que “o hospital em que ele trabalha enviou o avião para buscá-lo. Não foi avião da FAB, não foi avião pago pelo governo, nada disso”, afirmou. Ela explicou ainda que o pai precisou voltar por ter sido o cirurgião responsável pela intervenção cirúrgica. “Então, caso se tornasse cirúrgico, nenhum assistente dele que estava aqui se sentiu apto a operar, a cuidar do presidente sem meu pai”, completou.
A assessoria do hospital se negou a responder os questionamentos do UOL, incluindo trajeto realizado pela aeronave ou de quem é a propriedade do avião. Também não informou se os custos, caso tenham sido pagos pelo hospital, são passíveis de ressarcimentos por parte do governo Federal.
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A Secretaria-Geral da Presidência disse que “não dispõe de informações sobre o meio de transporte utilizado pelo médico no seu deslocamento para o local de trabalho”. A Folha de São Paulo fez um levantamento de quanto seria um voo fretado para as Bahamas e girou entre R$ 340 e R$ 680 mil.
Respostas hospital
Em nota enviada à reportagem do UOL, o hospital limitou-se a dizer que a conta “deverá ser devidamente paga pela Presidência da República, assim como ocorreu com as outras três internações anteriores e as informações detalhadas de cada uma das internações já estão com a Secretaria-Geral da Presidência da República”. A nota continua, dizendo que “cabe ressaltar que a equipe médica tem autonomia para definir seus honorários junto ao paciente”, conclui.
Até o momento, a Secretaria-Geral da Presidência informou apenas a intervenção de julho de 2021, no valor de R$ 7.500,00. A despesa foi paga pelo Hospital das Forças Armadas (HFA) em dezembro de 2021. O HFA é o responsável pela gestão dos convênios com os hospitais utilizados pelo presidente, vice-presidente, dependentes e ministros ligados à Presidência. “Até a presente data, não foram apresentadas outras despesas para fins de ressarcimento”, afirmou a Secretaria-Geral.
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