MPM pede condenação de 8 dos 12 militares réus na morte do músico Evaldo Rosa

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O Ministério Público Militar (MPM) pediu a condenação de oito dos 12 militares que são réus no processo que investiga o assassinato do músico Evaldo Rosa, do catador Luciano Macedo e a tentativa de homicídio do sogro de Evaldo, Sérgio Gonçalves de Araújo, em abril de 2019.

O carro em que Evaldo e a família estavam foi atingido por 62 disparos – Foto: Reprodução

Durante o julgamento, realizado nesta quarta-feira (13), a promotora Najla Nassif Palma disse que ficou evidente que quatro militares não atiraram e que, quando os militares colocaram suspeitas sobre as vítimas, cometeram afronta às suas memórias. “É como matá-los moralmente uma segunda vez”, afirmou. Najla lembrou que, em seus depoimentos, os militares alegaram que a esposa do catador, Dayana Horrara, pegou uma arma que estaria na mão do marido e escondido numa comunidade. 

Em 2019, os 12 militares chegaram a ser presos, mas ganharam o direito de responderem o processo em liberdade, pelo Superior Tribunal Militar (STM), e foram afastados das suas funções nas ruas. 

O carro onde o músico estava foi atingido por 62 tiros, de acordo com perícia citada pela promotora, o catador Luciano Macedo tentou ajudar e também foi atingido, e morreu 11 dias após o crime. Dentro do carro do músico, também estavam o sogro dele, a esposa Luciana Nogueira, o filho do casal —então com 7 anos— e uma amiga da família.

A viúva de Evaldo, Luciana Nogueira, precisou de atendimento médico durante o julgamento dos militares e deixou, por alguns minutos, a audiência da 1ª Auditoria da Justiça Militar, realizada na 1ª Circunscrição Militar, no Rio de Janeiro. Luciana não se sentiu bem e foi retirada do plenário com o auxílio de uma militar. Após alguns minutos, ela retornou para acompanhar a audiência. “Preciso ter paz na alma. Eles destruíram minha família. Os adiamentos causaram ansiedade. O dia do crime foi o pior da minha, nasci de novo e as outras pessoas também, o meu marido não teve a mesma sorte. Não teve ordem de parada. Eles não ajudaram em nenhum momento no socorro. Tenho medo de injustiça”, afirmou Luciana, antes do início do julgamento.

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