Um levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 16 estados, mostra que o preço médio do botijão está acima de R$100, quase 10% de um salário mínimo, que hoje está em R$1,1 mil. Em Mato Grosso, a ANP encontrou o maior preço cobrado em um botijão: R$ 135. Apenas em Sergipe, o preço máximo ficou abaixo dos R$ 100.
De acordo com o estudo da ANP, realizado entre os dias 19 a 25 deste mês, em 117 pontos de venda no Ceará, o preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP) ao consumidor é de R$ 101,69. Mas pode ser encontrado com valores entre R$ 89 e R$ 112, sendo o terceiro maior teto para o produto no Nordeste.
No estado do Ceará, são R$2 de aumento em um intervalo de apenas sete dias, segundo levantamento da ANP. Já nos estados do Piauí e Rio Grande do Norte, o preço do botijão de 13 kg pode chegar a R$ 115.
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O professor de economia Mauro Rochlin, da Fundação Getúlio Vargas, explica que o preço do botijão de gás é resultado de quatro fatores: a cotação do dólar, o preço internacional do petróleo, os impostos e o lucro dos revendedores e distribuidores. Segundo ele, o que mais tem provocado o aumento nos preços do botijão são a disparada do petróleo e do dólar. “Se a gente olhar o comportamento de dólar e preço de petróleo, a gente vai ver que num espaço de 18 meses subiu mais que 60%, os dois preços combinados. E isso tem impacto, então, no preço do petróleo, em reais, e, portanto, no preço final do botijão de gás”, disse ele em entrevista ao G1.
Esses reajustes estão ocorrendo mesmo sem a Petrobras aumentar o preço do produto nas suas refinarias desde o início de julho. “A gente usava dois botijões de gás por mês, e agora a gente está usando um só”, conta o aposentado Lucas Thadeu da Rosa, em entrevista ao G1.
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