Entre 1999 e 2019, 97 novas favelas surgiram na cidade do Rio, segundo um levantamento recém-divulgado do Instituto Pereira Passos, da prefeitura. Nos últimos 20 anos, as comunidades cariocas se expandiram 4,85 milhões de metros quadrados — o equivalente a duas vezes o tamanho do Leblon ou quase a área de Copacabana e Leme juntos.
No total, a pesquisa identificou 1 074 favelas, com base na interpretação de fotos e imagens de satélite. Essas favelas ocupavam 4,85 milhões de metros quadrados a mais da cidade do que vinte anos antes. Foi uma expansão equivalente a duas vezes a área do bairro do Leblon ou quase a de Copacabana e Leme juntos.
Muitas já nascem em regiões ocupadas pelas milícias ou pelo tráfico. E, apesar de a maioria ser fruto do século XXI, impõem aos moradores precariedades que deviam ter ficado no passado.
Na lista dos bairros cariocas onde o crescimento do número de residências irregulares foi mais expressivo foi, por exemplo, Rio das Pedras (53 900 metros quadrados a mais) e o Canal do Anil (50 000 metros quadrados de expansão), ambas na região de Jacarepaguá.
Na Zona Sul, a Rocinha, ganhou quase 7 000 metros quadrados. Já no Complexo da Maré, a comunidade Vila do Pinheiro se estendeu por 49 500 metros quadrados.
No topo do ranking está uma favela da Zona Oeste, a Rio Piraquê, em Guaratiba. Foram 196 mil metros quadrados de expansão em duas décadas, numa área de mangue, que enche de esgoto quando chove (os problemas de saneamento não foram resolvidos pela urbanização do Programa Bairro Maravilha), e de terreno instável.
Bairros como Costa Barros, Pavuna e Acari, na Zona Norte, são outros que abrigam algumas das favelas que mais aumentam de área no Rio. Além de conflagradas pelo tráfico, são comunidades em regiões com alguns dos piores Índices de Desenvolvimento Social (IDS) da cidade.