De acordo com proposta do governo federal enviada ao Congresso Nacional, o salário mínimo subiria dos atuais R$1.100 para R$1.169 em 2022. Os R$69 a mais no salário não dá para comprar sequer um botijão de gás, que custa, em média R$90. Este valor representa uma alta de 6,2%, percentual que não prevê aumento real acima da inflação. O valor proposto consta no projeto da Lei Orçamentária Anual divulgado pelo Ministério da Economia na terça-feira (31).
Em abril, o governo havia divulgado um aumento ainda menor, de R$1.147, contudo, a inflação registrada nos últimos meses foi maior do que se esperava. A inflação registrada nos últimos meses, no entanto, foi maior que a esperada – e a Constituição Federal impede que o governo reponha menos que a inflação do período para o salário mínimo.
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O mínimo serve de referência para 50 milhões de pessoas no Brasil. Destas, 24 milhões são beneficiárias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O governo se baseia no salário mínimo para realizar outros pagamentos referentes ao INSS como o seguro-desemprego, e dado que, segundo a lei, nenhum provento pode ser inferior ao piso nacional, estes também devem sofrer reajustes. Para cada R$1,00 que foi acrescido ao salário mínimo, o governo gastará cerca de R$ 315,4 milhões. Com o aumento proposto sobre o piso salarial de 2021, o gasto total será de mais de R$ 20 bilhões.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para alimentar uma família de quatro pessoas, 2 adultos e duas crianças em Porto Alegre, o mínimo deveria ser de R$5.518,00, mais de 5 vezes o valor atual. Além disso, em julho de 2020, o brasileiro precisava trabalhar 12 dias para comprar a cesta básica, em julho deste ano, esse total subiu para 14 dias.
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