Depois do terremoto com magnitude de 7,2 que atingiu o Haiti, no último sábado, e causou a morte de pelo menos 1.419 pessoas, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) prevê a chegada do ciclone tropical Grace ao país nesta terça-feira.
A catástrofe natural do final de semana deixou o país, que está imerso em uma crise política desde o assassinato do presidente Martine Moïse, em julho deste ano, com aproximadamente 6,9 mil ficaram feridas e milhares de moradores desabrigados. De acordo com o NHC, o ciclone tropical Grace estava até essa segunda-feira (16) a cerca de 200 km a leste de Porto Príncipe, capital do Haiti.
O ciclone percorre cerca de 24 km / h, com ventos máximos sustentados de 55 km / h e rajadas fortes, levando os técnicos do Centro Nacional a prever a chegada do ciclone entre a noite de segunda-feira e quarta-feira, no máximo. “Essas fortes chuvas podem produzir inundações repentinas e urbanas e possíveis deslizamentos de terra”, alertou o centro meteorológico. Há previsão de que as chuvas cheguem a 127 e 254 mm no sul do Haiti e na República Dominicana.
O NHC, contudo, alerta que a concentração de períodos de chuva podem chegar até 381 mm, isolados, ou seja, ininterruptos. O que é considerado quase 8 vezes o que nós entendemos, no Brasil, como chuva forte (para a meteorologia o volume de água compreendido entre 25,1 e 50 mm/h é chuva forte).
Ações humanitérias
A preocupação da Cruz Vermelha, que iniciou ações de resgate no país, é que o ciclone afete o trabalho de buscas das pessoas que ainda estão desaparecidas. “Existe a possibilidade de que haja mais deslizamentos, visto que já ocorreram desmoronamentos por causa do terremoto. Com as enchentes, pode haver mais cortes de energia elétrica e água em decorrência das chuvas e ventos”, explicou Daniel Arango, coordenador de desastres da instituição em entrevista ao El Pais.