Perícia descarta que ossada encontrada seja dos meninos desaparecidos

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A ossada encontrada na última sexta-feira (30), não é de nenhum dos meninos desaparecidos desde o dia 27 de dezembro do ano passado, em Belford Roxo. Uma perícia da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ) indicou que os ossos encontrados dentro de um saco, na última semana, são de origem animal e não-humana e, portanto, não podem ser de Lucas Matheus, de 9 anos, e Alexandre Silva, 11, ou Fernando Henrique, 12,.

Esta é a última imagem dos meninos, em dezembro de 2020 – Foto: Reprodução

A ossada foi encontrada perto de uma ponte, no município fluminense onde os garotos foram vistos pela última vez. A busca no local foi realizada pela PC-RJ depois que um homem acusou o irmão de ocultar corpos em saco plástico e jogar no rio, em Belford Roxo. A informação falsa se junta a outros tantos trotes que a família dos meninos tem recebido nesses últimos sete meses sem novidades efetivas nas investigações.

O homem procurou a Polícia Militar, no final de julho, alegando que as crianças haviam sido torturadas e mortas a mando de um traficante que atua na comunidade de Castelar e que já teve o nome divulgado pela Polícia Civil como um dos suspeitos do desaparecimento dos meninos. Uma das linhas apontadas pela PC-RJ, ainda não confirmada, é de que os garotos foram assassinados depois de um deles roubar uma gaiola de passarinho de um parente de um dos traficantes do bairro onde eles moram. Desde o início, o irmão indicado negou as acusações e afirmou que as denúncias, por parte do irmão, eram devido a uma briga entre os dois. “Só trote, só trote [Quero pedir] Para as pessoas não ficarem fazendo isso com a gente, mandando trote, porque é muito doloroso”, disse em entrevista ao G1 Tatiana Ribeiro, mãe de Fernando Henrique.

Em sete meses de investigações, a última informação sobre a localização dos meninos foram as imagens encontradas pelo Ministério Público, dois meses depois do desaparecimento. Nas imagens, os meninos são vistos na Rua Malopia, perto da feira de Areia Branca, em Belford Roxo.

A família relata que testemunhas só começaram a ser ouvidas na semana seguinte à data em que o desaparecimento dos três garotos foi registrado. “Minhas filhas vão sempre na delegacia tentar saber de algo, mas a polícia diz que não tem pista nenhuma. Acho estranho não ter nada. Ou às vezes acho que eles não querem passar o que sabem para a gente”, contou Silvia Regina da Silva sobre as filhas Camila Paes Silva, mãe de Lucas, e Rana Jéssica da Silva, mãe de Alexandre, também em entrevista ao G1, há alguns meses.

A força-tarefa para as investigações, com agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, da Subsecretaria de Inteligência e da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, destacou que informações falsas e trotes que chegam pelo Disque Denúncia têm atrapalhado o trabalho dos investigadores na busca pelos meninos desaparecidos. 

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