Dados do Vacinômetro da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), divulgados na quarta-feira (21), mostram que apenas 0,3% dos trabalhadores da educação básica e superior receberam as duas doses (ou dose única) das vacinas contra a Covid-19 na capital cearense. A publicação dos dados acontece em meio à discussão sobre o retorno das atividades presenciais das instituições de ensino em todo o Brasil, após o pronunciamento do Ministro da Educação, Milton Ribeiro, que defendeu a retomada das aulas presenciais, nesta terça-feira (20).
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE) já confirmou o retorno das aulas em formato híbrido para o mês de agosto. Já a Secretaria Municipal da Educação (SME) de Fortaleza prevê que a educação infantil e o ensino fundamental públicos devem retomar atividades presenciais em setembro.
A cidade, que começou a vacinação dos trabalhadores da educação em maio, com imunizantes que estabelecem até 90 dias para a aplicação da segunda dose para garantir a imunização contra o novo coronavírus, não atingiu a meta considerada nem para a primeira dose. A baixa aplicação do reforço da vacina em professores e demais profissionais da educação em Fortaleza ocorre a menos de duas semanas do início do segundo semestre do ano letivo.
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Apesar disso, a volta às aulas presenciais em Fortaleza ocorrerá com restrições de 50% da capacidade das turmas e oferecimento do ensino híbrido ou remoto para que pais e responsáveis possam escolher entre os dois, segundo o decreto vigente na capital.
A meta da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) é vacinar 60.437 trabalhadores da educação, segundo o Vacinômetro. Porém, até segunda (19), 51.551 profissionais haviam recebido os imunizantes, cerca de 85% do total. Entretanto, quando se observa a imunização completa — que compreende os profissionais que já receberam as duas doses das vacinas ou a dose única da Janssen —, apenas 196 pessoas receberam as vacinas.
Antecipação da 2ª dose para os profissionais da educação
Para Anízio Melo, o presidente do Sindicato dos Professores e Servidores da Educação e Cultura do Estado e Municípios do Ceará (Apeoc), uma das principais razões para a o retorno das aulas é a antecipação da segunda dose dos trabalhadores da educação.
“Vamos cobrar dos governos que antecipem a segunda vacinação de todos os profissionais da educação, que possamos avançar nessa etapa, [além da] garantia dos materiais de proteção individual, a testagem e que o retorno ao segundo semestre possa ser feito na ótica da transição do ensino virtual, dentro do ensino híbrido”, disse ele.