Dia do refugiado: como estão vivendo venezuelanos e congoleses no Brasil

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Foto: ACNUR

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Neste domingo (20) é comemorado o Dia do Refugiado. Os números do ACNUR, Agencia da ONU para Refugiados, ressaltam que, mesmo com as restrições impostas pela pandemia da COVID-19 e dos apelos da comunidade internacional de um cessar-fogo, que inclusive facilitaria a resposta à própria pandemia, os deslocamentos forçados cresceram mundo afora. Em consequência disso, um em cada 95 pessoas se viu obrigada a se deslocar. Em 2010, era um para cada 159 pessoas. Atualmente, 82,4 milhões de pessoas estão fugindo de conflitos e perseguições pelo mundo, segundo dados da agencia de 2020.

De acordo com definição da ACNUR, refugiados “são pessoas que estão fora de seu país de origem devido a fundados temores de perseguição relacionados a questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo social ou opinião política, como também devido à grave e generalizada violação de direitos humanos e conflitos armados”.

Em um novo estudo da Agência e do Banco Mundial, lançado em maio deste ano, destacam-se as dificuldades de pessoas pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela, especificamente, que deixaram seu país por conta da crise sócio-política e econômica e tentam reconstruir suas vidas no Brasil. Algumas destas dificuldades estão nos obstáculos ao acesso ao mercado de trabalho formal, ao sistema educacional e a programas de proteção social devido a barreira
do idioma, a validação de documentos escolares e a confirmação de suas capacidades profissionais.

Hoje, há mais de 260 mil venezuelanos vivendo no Brasil e 18% recebendo apoio de programas sociais; um aumento 3 vezes maior que no inicio da pandemia. O estudo informa ainda que, apenas 12% da população venezuelana economicamente ativa no Brasil têm empregos no mercado de trabalho formal. Nikolas Pirane, economista associado ao ACNUR e que trabalhou no estudo afirma que “Inclusão e integração em um país estrangeiro são um processo de longo prazo que requer uma abordagem verdadeiramente holística, e também compromisso e recursos para serem
efetivas”.

A situação humanitaria na República Democrática do Congo (RDC), em seu presente pós-colonial, se impõe como uma das mais complexas e desafiadoras no mundo com inúmeros conflitos políticos que afetam várias partes do vasto território do país e um sistema de saúde, saneamento e abastecimento precários. De acordo com o Comitê internacional para os Refugiados (CONARE), a República Democrática do Congo se configura atualmente como o terceiro país com maior número de pessoas reconhecidas como refugiadas no Brasil.

No caminho de reconstruir suas vidas no Brasil, Pichou e Luamba conseguiram se recolocar profissionalmente e, apesar da barreira da língua e da dificuldade no mercado de trabalho hoje são empreendedores em São Paulo e no rio de Janeiro.

2010 foi o ano em que Pitchou chegou ao Brasil buscando proteção internacional por conta de conflitos armados na RDC onde se formou em Direito. No Brasil, ele foi professor de francês e ator. Hoje e um conhecido empreendedor a cerca de 5 anos, fundador da Congolinária, um restaurante vegano referencia em São Paulo. Lilitza engenheira de formacao, chegou ao Brasil em 2017, quando deixou a Venezuela com sua família. Em 2019 ela fundou o Arepas Reina Pepeada, em Boa Vista, que passou a ser sua fonte de renda. Durante a pandemia, por conta do isolamento social, ela precisou mudar de estratégia e começar a realizar entregas e promoções de modo a enfrentar a queda em suas
vendas.

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