Mapa da Desigualdade aponta baixa frequência de circulação de ônibus em regiões periféricas
O movimento ‘Nossa BH’ lançou o Mapa da Desigualdade em BH e Região Metropolitana, tendo como foco a acessibilidade e a mobilidade, mostrando quanto o espaço metropolitano é desigual. O mapa aponta o paralelo das regiões onde a circulação do transporte coletivo é baixa chegando a menos de quatro ônibus por hora e alta tendo em média 10 coletivos por hora no ponto de ônibus.
Na alta frequência temos destaque para a região Centro Sul de Belo Horizonte que tem a circulação de 10 ônibus por hora no ponto de ônibus, em contrapartida regiões como Venda Nova, Nordeste e Noroeste circulam menos de quatro ônibus por hora no ponto, entre 5h e 20h.
Em entrevista a Rádio Itatiaia André Veloso, coordenador do Nossa BH, comenta que a área mais prejudicada mostrada pelo Mapa da Desigualdade é a nordeste, onde se contra a maior parte da população negra de BH.
“A gente percebe que o Centro da cidade é uma região de alta frequência. Mas, os bairros da periferia, principalmente, os da região Nordeste, não por acaso, é onde a população preta e mais pobre da cidade está, é onde existem mais pontos de ônibus de baixa frequência. Ou seja, menos acessibilidade a cidade”, classifica.
André explica que comunidades que ficam em regiões nobres da cidade, com grande quantidade de ônibus, são os locais com menor quantidade de coletivo.
“Isso não acontece só na periferia geográfica. Por exemplo, o Aglomerado da Serra ou o Morro do Papagaio, que estão não região Centro-Sul, aparecem como sendo locais com poucos pontos de ônibus de alta frequência, ou seja, tem poucos coletivos passando”, comenta.
O estudo também aponta que aos finais de semana, nenhuma região tem registro de alta frequência do transporte coletivo, onde a espera pode chega mais de meia hora. Segundo André, isso é um incentivo ao uso de carro, impedindo grande parte da população a ter acesso ao centro da cidade.
Nossa BH
Criado em 2008, o Movimento Nossa BH tem o objetivo de contribuir par a transformação de Belo Horizonte um espaço mais justo, democrático e sustentável.