Um estudo feito pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) do Ministério da Economia, com dados do IBGE, revela que das 7,3 milhões de pessoas que trabalham em casa durante a pandemia, a maior parte é de mulheres; 65% são pessoas brancas, 76% completaram o ensino superior e 84% têm contrato ou carteira assinada.
Segundo o coordenador do estudo, Geraldo Góes, 58% das pessoas em teletrabalho estão no Sudeste do país e só 3%, na região Norte. “O teletrabalho não alterou o nível de desigualdade no país. Essa desigualdade, no sentido de que quanto maior a escolaridade, maior renda per capita, maior formalidade no mercado de trabalho, maior o potencial de ser exercido esse trabalho remoto”, explicou o pesquisador do IPEA em entrevista ao Jornal Nacional.
Para a maioria dos trabalhadores do país, a segurança de exercer as atividades em casa usando a internet tem sido impossível. Para manter comércio, fábricas e os serviços básicos funcionando, mais de 80 milhões de brasileiros continuam indo e vindo para o trabalho todo dia. E, por causa disso, muitos deles se tornaram vítimas da Covid.
Um levantamento feito pelo Jornal Nacional revela que a maior parte dos desligamentos por morte, em 12 meses de pandemia, aconteceu entre aqueles que exerciam atividades essenciais. No topo da lista estão motoristas de ônibus urbanos e cobradores, seguidos por vigias, porteiros e zeladores, motoristas de ônibus rodoviários, vigilantes e motoristas de carros, caminhões e vans.