Morre Mãe Carmem de Òságyian, Ialorixá do Terreiro do Gantois

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A página oficial do Terreiro do Gantois informou o falecimento de Mãe Carmen de Osagyían, iyálorisa do Ilê Iyá Omi Ase Iyámasé. A entidade comunicou a passagem da sacerdotisa destacando o respeito, a reverência e a importância histórica de sua trajetória para o Candomblé da Bahia e do Brasil. Mãe Carmen faleceu nesta sexta-feira (26) dia consagrado a Oxalá.

Reconhecida como mulher de axé e guardiã da ancestralidade, Mãe Carmen era herdeira de uma linhagem central na formação religiosa afro-brasileira. Filha direta de Mãe Menininha do Gantois, foi a sexta sacerdotisa a ocupar o cargo no Terreiro do Gantois. Sua formação espiritual começou ainda na infância, período entendido como preparação para uma missão que marcaria toda a sua vida religiosa.

Carmem esteve 23 anos à frente do Terreiro do Gantois, e assumiu a condução da casa com responsabilidade, firmeza e compromisso coletivo. Sua atuação como iyálorisa esteve associada ao cuidado com a comunidade, à preservação da memória e à manutenção do axé, sempre pautada pela dignidade e pelo respeito às tradições ancestrais. A liderança exercida por ela consolidou a continuidade de um legado construído ao longo de gerações.

Filha direta de Mãe Menininha do Gantois, foi a sexta sacerdotisa a ocupar o cargo no axé e ficou por 23 anos – Foto: Reprodução redes sociais.

A Ìyalorisa deixou , duas filhas, que dividiram com ela as responsabilidades e o cuidado com os saberes transmitidos na casa, deixa ainda três netos e quatro bisnetos, apontados pela comunidade como símbolos da continuidade da memória e do futuro que se constrói a partir de sua história.

O falecimento ocorreu em uma sexta-feira, dia consagrado a Oxalá, orixá ligado à criação e à serenidade. Para os que compartilham da tradição, o simbolismo da data dialoga com uma trajetória marcada pela retidão, pela fé e pelo compromisso com a coletividade. Embora a despedida seja da presença física, a comunidade afirma que o axé, os ensinamentos e o legado de Mãe Carmen permanecem vivos e inscritos na história do Candomblé.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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