Colégio na Bahia faz apresentação com aluno negro amarrado em tronco no Dia da Consciência Negra

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Aluno foi amarrado em tronco para representar escravizado — Foto: Redes sociais

O Colégio Adventista de Alagoinhas, no interior da Bahia, recebeu denúncias de racismo por parte de internautas após divulgar em suas redes sociais imagens de uma apresentação realizada no Dia da Consciência Negra. Nas imagens é possível ver um aluno negro aparece amarrado a um tronco. Ao lado dele, um estudante branco, caracterizado como fazendeiro, segura um chicote. A cena, feita dentro da escola e publicada nos perfis oficiais da instituição, gerou forte repercussão e acusações de reprodução de violência simbólica.

Outra imagem da atividade mostra uma aluna branca representando a princesa Isabel assinando a Lei Áurea. As fotos viralizaram depois que a professora e pesquisadora Bárbara Carine denunciou o episódio nas redes sociais, classificando-o como inadequado e ofensivo.

Aluno foi amarrado em tronco para representar escravizado — Foto: Redes sociais

Diante das críticas, o Colégio Adventista divulgou nota afirmando que houve “interpretações equivocadas” sobre a ação pedagógica. A instituição disse repudiar qualquer forma de racismo e afirmou que a atividade tinha como objetivo valorizar a história e a luta do povo negro. Segundo o texto, os vídeos e fotos que circularam seriam “trechos isolados”, que fora do contexto completo da atividade teriam levado a “entendimentos distorcidos”.

A escola também destacou que sua proposta pedagógica promove a consciência histórica e o combate à discriminação, alinhada aos princípios cristãos e humanitários da Educação Adventista. A direção reconheceu a sensibilidade do tema e afirmou que práticas pedagógicas envolvendo relações étnico-raciais passam por avaliação criteriosa.

O colégio declarou ainda estar à disposição dos pais e da comunidade para prestar esclarecimentos adicionais. Apesar da defesa institucional, a repercussão reacendeu debates sobre abordagens escolares do tema racial e a necessidade de métodos educativos que não reproduzam imagens de subalternização e sofrimento do povo negro.

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