Aproximadamente sete em cada dez praias brasileiras estão contaminadas por microplásticos, segundo o maior e mais abrangente levantamento sobre o tema já realizado no país. O estudo, publicado na revista Environmental Research, analisou 1.024 praias em todos os 17 estados costeiros e constatou a presença desses poluentes em 69,3% delas.
Coordenado pelo projeto MicroMar, do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), a pesquisa coletou mais de 4 mil amostras de areia entre 2022 e 2023. Os microplásticos, fragmentos com menos de cinco milímetros, representam uma ameaça à biodiversidade marinha, à segurança alimentar e à saúde humana.
Os estados com as maiores concentrações médias dessas partículas foram Paraná, Sergipe, São Paulo e Pernambuco. A praia de Barrancos, em Pontal do Paraná, registrou a maior densidade individual, com mais de 3.400 itens por quilograma de areia.

A pesquisa também avaliou a toxicidade do material encontrado. Quando esse fator foi considerado, o cenário mudou. Estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão e Pará apresentaram os microplásticos mais perigosos. A praia Paraíso, em Torres (RS), que não tinha uma quantidade elevada de fragmentos, ficou no topo do ranking de risco ecológico devido à presença de materiais considerados mais tóxicos, como o PVC.
Diante dos resultados, o Ministério do Meio Ambiente informou que acompanha o tema e destacou a Estratégia Nacional Oceano sem Plástico, uma iniciativa do governo federal que tem como meta eliminar a poluição por plástico nos oceanos até 2030.
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