Lula conversa com Trump e pede retirada de tarifas e sanções contra autoridades brasileiras

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone na manhã desta segunda-feira (6) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um diálogo que durou cerca de 30 minutos. Segundo o Palácio do Planalto, o tom da conversa foi amistoso, e os dois líderes reafirmaram a boa relação estabelecida durante o encontro que tiveram em Nova York, por ocasião da Assembleia Geral da ONU.

Durante o contato, Lula classificou a conversa como uma “oportunidade para restaurar as relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”. O presidente brasileiro destacou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial de bens e serviços, e solicitou a retirada da sobretaxa de até 50% aplicada a produtos brasileiros, além da revogação das restrições impostas a autoridades nacionais.

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De acordo com nota divulgada pelo Planalto, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar continuidade às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. As autoridades brasileiras acompanharam a ligação ao lado do presidente, assim como o ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, e o assessor especial Celso Amorim.

Lula sugeriu que o próximo encontro entre os dois líderes ocorra durante a Cúpula da Asean, na Malásia, e reiterou o convite para que Trump participe da COP30, que será realizada em 2026, em Belém (PA). O presidente brasileiro também manifestou disposição para viajar aos Estados Unidos nos próximos meses.

O presidente americano, por sua vez, afirmou ter “gostado da ligação” e ressaltou a importância de manter uma comunicação direta com o governo brasileiro. Ambos os líderes trocaram contatos telefônicos pessoais para facilitar o diálogo.

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A ligação, no entanto, gerou reações entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O advogado Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação, minimizou o impacto da conversa, afirmando que “a mera ligação entre chefes de Estado que pensam de forma contrastante não quer dizer absolutamente nada”. Já o comentarista Paulo Figueiredo, ligado ao clã Bolsonaro, afirmou que o gesto de Trump “não representa avanço algum”, destacando que o republicano delegou as negociações a Marco Rubio.

Apesar das críticas, o governo brasileiro considerou o contato um sinal de reaproximação diplomática entre Brasília e Washington após meses de tensão comercial e política.

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