Na manhã desta sexta-feira (26), o Ministério das Relações Exteriores de Cuba emitiu um breve comunicado, informando que a ex-integrante do partido Panteras Negras, Joanne Deborah Byron, ‘Assata Shakur’, faleceu em Havana, Cuba, em consequência de problemas de saúde e de sua idade avançada. Shakur vivia em Havana, Cuba, sob asilo político desde 1984. Sua filha, Kakuya Shakur, confirmou a perda da mãe aos 78 anos.
Nascida Joanne Deborah Byron (mais tarde Joanne Chesimard), em 16 de julho de 1947, no Queens, Nova York, a madrinha e tia adotiva de Tupac Shakur, tornou-se uma das figuras mais influentes do Movimento de Libertação Negra e defensora dos direitos civis nos Estados Unidos.

Ela foi membro do Partido dos Panteras Negras antes de ingressar no Exército da Libertação Negra, onde lutou contra a supremacia branca, o capitalismo e a violência estatal. Seu ativismo teve um preço alto. Em 2 de maio de 1973, na New Jersey Turnpike, Shakur viajava com os colegas organizadores Zayd Shakur e Sundiata Acoli quando seu carro foi parado por dois policiais estaduais.
Os relatos sobre a abordagem divergiram, mas os apoiadores sustentaram por muito tempo que a abordagem equivalia a discriminação racial. O que se seguiu foi uma rajada de tiros que deixou o policial Werner Foerster e Zayd Shakur mortos. Shakur saiu gravemente ferida por dois tiros.
Em 1977, Shakur foi condenada pelo assassinato do policial Foerter e sentenciada á prisão perpétua, mas especialistas argumentam que a extensão de seus ferimentos impossibilitava que ela tivesse disparado uma arma de fogo. Nenhuma impressão digital ou resíduo de pólvora a conectou às armas presentes no local.
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Defensores dos direitos civis e seus apoiadores condenaram sua condenação como um erro judiciário. Em novembro de 1979, ela escapou da Penitenciária Feminina Clinton, em Nova Jersey, auxiliada por uma equipe de ativistas armados. Permaneceu na clandestinidade por vários anos, antes de ressurgir em Cuba, onde obteve asilo político em 1984. Viveu em Havana em relativa obscuridade, mas permaneceu uma figura simbólica para muitos nos Estados Unidos.
Em 2013, o FBI inclui Shakur em sua lista dos terroristas mais procurados, tornando-a a primeira mulher a receber essa designação, e ofereceu uma recompensa de US$2 milhões por sua captura, mas apesar dos esforços do governo para silenciá-la, as palavras e a obra de Assata Shakur perduram.