O pastor evangélico Joel Webbon, da cidade de Austin, no Texas (EUA), se tornou alvo de críticas internacionais após declarações abertamente racistas em um episódio recente de seu podcast, “Right Response Ministries”. Durante a transmissão, Webbon sugeriu que pais cristãos brancos devem alertar seus filhos sobre o suposto “perigo” representado por pessoas negras, afirmando que negros seriam “30 vezes mais perigosos” que brancos desconhecidos.
“Se você é um pai cristão, branco, que ama seus filhos, então você precisa ter ‘a conversa’”, afirmou o pastor, referindo-se a uma conversa sobre evitar certas áreas da cidade e o convívio com pessoas negras desconhecidas. “Se forem estranhos negros, o perigo é 30 vezes maior. Esses são os fatos”, declarou, sem apresentar qualquer fonte confiável para justificar a afirmação.
As declarações viralizaram nas redes sociais e foram amplamente criticadas por internautas, ativistas e lideranças religiosas. Muitos apontaram que esse tipo de discurso reforça o racismo estrutural e naturaliza o preconceito dentro de ambientes religiosos. “O verdadeiro perigo são pastores como ele”, escreveu um usuário. Outro comentou: “É assim que o racismo é ensinado às crianças”.
Joel Webbon baseou sua fala em uma suposta estatística divulgada em um post na rede X (antigo Twitter), afirmando que pessoas brancas têm 31 vezes mais chances de serem vítimas de crimes cometidos por negros do que o contrário, informação que não tem respaldo em nenhuma base de dados oficial. De acordo com estatísticas do FBI, em 2019 foram registrados 566 homicídios de pessoas brancas cometidos por negros, enquanto 246 negros foram mortos por brancos, dentro de um país com mais de 200 milhões de cidadãos brancos e 41 milhões de negros.
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Após as críticas, Webbon reafirmou sua fala nas redes sociais: “Sim, eu disse isso com toda a certeza. E mantenho cada palavra. Não me desculpo por nada.”
As falas de Webbon se somam a um histórico recente de discursos racistas reacendidos após o assassinato da refugiada ucraniana Iryna Zarutska, morta por um homem negro com histórico de transtornos mentais. No entanto, especialistas alertam que associar etnia à criminalidade é não apenas incorreto, como perigoso.