O cantor porto-riquenho Bad Bunny está prestes a iniciar a turnê mundial do álbum “Debí Tirar Más Fotos”, mas decidiu deixar de fora os Estados Unidos. Em entrevista à revista “i-D”, publicada na última quarta-feira (10), ele contou que tomou a decisão por medo da Imigração dos EUA.
“Para uma residência aqui em Porto Rico, sendo um território não incorporado dos EUA… Pessoas dos EUA podiam vir aqui para ver o show. Latinos e porto-riquenhos dos Estados Unidos também podiam viajar para cá, ou para qualquer parte do mundo. Mas havia a questão de — tipo, a p*rra do Serviço de Imigração poderia estar do lado de fora [dos meus shows]. Isso foi algo sobre o qual estávamos conversando e com o qual estávamos muito preocupados”, disse em entrevista.
O ICE é o departamento responsável pela Imigração dos Estados Unidos e virou manchete mundial após a perseguição e deportação de diversas pessoas em território americano desde o início do mandato de Donald Trump como presidente.
Bad Bunny afirmou que a decisão não tinha nada a ver com desprezo, mas com preocupação real pelo ambiente político nos EUA. Ele relembrou o clima de deportações em massa de latino-americanos, algo que ele considerou “inesperado e desnecessário”. Ele confirmou: os fãs nos Estados Unidos já tiveram muitas oportunidades de vê-lo, e agora chegou a vez de dar atenção a outros públicos.

No feriado de 4 de julho, data em que os Estados Unidos celebram a independência, Bad Bunny surpreendeu o público com um lançamento especial. O artista porto-riquenho divulgou o clipe de “NUEVAYoL”, com imagens que valoriza a presença dos imigrantes em Nova York e provoca o então presidente Donald Trump. Em uma das passagens, um grupo de homens escuta um rádio do qual ecoa uma voz imitando a do ex-mandatário, pedindo desculpas por sua postura.
“Eu cometi um erro. Quero me desculpar com os imigrantes da América. Quero dizer, os Estados Unidos, sei que América é todo o continente”, diz a voz que imita o presidente. “Eu quero dizer que esse país não é nada sem os imigrantes. Esse país não é nada sem os mexicanos, os dominicanos, porto-riquenhos, colombianos, venezuelanos…”
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