No Paraná, professores e profissionais da educação denunciam que tiveram descontos indevidos em seus salários enquanto estavam de licença-maternidade ou em tratamento de câncer. A denúncia foi protocolada pela APP-Sindicato no Ministério Público do Trabalho (MPT) na última terça-feira (2) e pede abertura de investigação contra a Secretaria de Estado da Educação (SEED).
De acordo com o sindicato, a Secretaria de Educação do Paraná (SEED) aplicou cortes em uma gratificação paga aos professores chamada Gratificação de Tecnologia e Ensino (GTE), que foi criada em 2021 para complementar os salários. A medida determina que os profissionais que se afastarem por mais de 15 dias, seja por licença médica, licença-maternidade ou outros motivos legais, perdem o direito a receber esse valor, com exceção dos períodos de férias.

Segundo a APP-Sindicato, os descontos começaram a ser aplicados em agosto de 2025, com efeito retroativo a junho, o que impactou diretamente milhares de docentes. Há relatos de professores que perderam mais de R$ 2 mil em um único mês.
A situação é ainda mais delicada para profissionais contratados via Processo Seletivo Simplificado (PSS), que não possuem estabilidade e já enfrentam condições precárias de trabalho. Para o sindicato, os cortes violam direitos constitucionais, configurando discriminação e exploração.
O deputado estadual Professor Lemos (PT-PR) também reforçou a denúncia, apresentando contracheques de professoras com câncer, em licença médica e licença-maternidade, que sofreram descontos significativos. Ele pediu a suspensão imediata da medida e a devolução dos valores retidos.
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