Em entrevista concedida na última terça-feira (2), dia de início do julgamento de Bolsonaro no STF, Malafaia criticou a postura de outros líderes evangélicos, a quem chamou de “covardes”. Para ele, sua eventual prisão seria “a maior covardia” e configuraria “pura perseguição política e religiosa”, disse a Folha.
O pastor Silas Malafaia, aliado de Jair Bolsonaro, passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por financiar atos em apoio ao ex-presidente, produzir vídeos contra o ministro Alexandre de Moraes e trocar mensagens privadas com Bolsonaro em que o estimulava a atacar o magistrado. Em operação da Polícia Federal, seu passaporte, celular e cadernos de esboços bíblicos foram apreendidos.
O pastor apontou três razões para o silêncio de colegas sobre os embates com o Judiciário: alguns não se envolvem em política, outros têm medo de represálias e há ainda quem “não sabe argumentar”. Segundo Malafaia, depois que se tornou alvo do inquérito, “tem líder evangélico com medo de falar comigo”.

Sobre os gastos em atos bolsonaristas, confirmou que usou recursos de sua editora, a Central Gospel, e não da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Em 2022, afirmou ter desembolsado R$ 35 mil para o trio elétrico utilizado por Bolsonaro em Copacabana.
Nos áudios revelados pela PF, Malafaia aparece usando palavrões com Bolsonaro e chamando Eduardo Bolsonaro de “babaca”. Ele diz que isso mostra liberdade de crítica com a família e rejeita ser “bolsominion”.
Questionado sobre eventual candidatura, descartou a ideia. “Não sou candidato a nada, nem a quinto carimbador de condomínio”, afirmou.
Mesmo diante das investigações, ele segue próximo a Bolsonaro, a quem chama de amigo de décadas, e promete continuar participando de atos públicos, incluindo a manifestação de 7 de setembro na Avenida Paulista.
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