Racismo digital atinge recorde histórico e mulheres negras são as principais vítimas

Racismo digital atinge recorde histórico e mulheres negras são as principais vítimas

Racismo digital atinge recorde histórico e mulheres negras são as principais vítimas. Foto: Freepik

O número de denúncias de racismo e injúria racial em ambientes digitais atingiu o maior índice da série histórica em 2024, segundo o relatório “Brasil, mostra sua cara: Retrato das vítimas de racismo online e o anonimato de seus agressores”, produzido pelo Aláfia Lab. Foram 452 registros no último ano, quase o dobro dos 218 casos contabilizados em 2020, quando a escalada começou. Entre janeiro e março de 2025, o canal Disque 100 já havia recebido 88 denúncias.

As mulheres representam 61% das ocorrências, com destaque para jovens negras de 18 a 40 anos, grupo mais atingido. A faixa etária de 25 a 30 anos concentra o maior número de registros, seguida por 31 a 40 anos e 18 a 24 anos.

Racismo digital atinge recorde histórico e mulheres negras são as principais vítimas
Racismo digital atinge recorde histórico e mulheres negras são as principais vítimas. Foto: Freepik

O relatório também destaca que 59% das violações envolvem agressões psíquicas, como constrangimento, injúria racial, exposição vexatória e ameaças. Em 60,6% das denúncias, não foi possível identificar os agressores. Nos casos em que há informações, 71% são pessoas brancas e 55% homens, a maioria entre 25 e 40 anos.

Os estados com maior volume de denúncias são São Paulo (248), Rio de Janeiro (178), Minas Gerais (121) e Bahia (66). Considerando a proporção por população, o Distrito Federal lidera, com 1,2 casos por 100 mil habitantes.

O levantamento aponta ainda mudanças no Disque 100 que influenciaram o aumento das notificações, como a ampliação dos canais digitais de denúncia e a maior mobilização social contra o racismo. Com 88 registros apenas nos três primeiros meses de 2025, a tendência é que este ano supere o recorde anterior.

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Rafaela Oliveira

Rafaela Oliveira

Rafaela Vitória é graduanda em Jornalismo, nascida no Maranhão, com atuação profissional em mídias sociais e audiovisual, e interesse em narrativas sobre raça e cinema.

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