A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quarta-feira (20), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), seu filho, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo (Ação Penal nº 2668), por suposta tentativa de golpe em 2022.
Esse é o quarto indiciamento enfrentado por Bolsonaro, os anteriores envolviam o inquérito sobre a trama golpista, a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19 e o caso das joias presidenciais. O inquérito foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que agora avaliará se apresenta denúncia, pede diligências ou arquiva o caso.

O indiciamento ocorre justamente na véspera do julgamento do “núcleo crucial” da acusação, que está previsto para começar em 2 de setembro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A pauta programada prevê várias sessões ao longo dos dias, incluindo os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, com audiências em formatos matutino e vespertino.
Segundo a PF, Bolsonaro e Eduardo não teriam se limitado aos atos já apurados na ação penal: teriam atuado com o intuito de atingir instituições como o STF e o Congresso Nacional, buscando subjugar interesses ligados a casos em curso. O relatório também menciona que o apoio financeiro de Bolsonaro permitiu que o filho intensificasse ataques a autoridades brasileiras nos Estados Unidos.
Desde o dia 4 de agosto, Bolsonaro está em prisão domiciliar, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, que considerou violação de cautelares pelo ex-presidente ao participar (via telefone) de um ato político no Rio de Janeiro.
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