Em julho, a inflação permaneceu estável para os lares pertencentes às 5 primeiras classes de renda, em grande parte devido à queda nos preços dos alimentos consumidos em casa. Essas classes englobam famílias que recebem até R$ 22.020,22 mensais. Por outro lado, as famílias da última faixa de renda, registraram um aumento significativo na inflação, provocado principalmente por reajustes mais elevados nas tarifas de transporte.
Esses dados foram apresentados pelo Indicador de inflação por faixa de renda, divulgado nesta quinta-feira (14), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os resultados do Indicador Ipea demonstram que, em julho, houve uma manutenção da inflação nas classes de renda baixa e média, enquanto o grupo de renda alta observou uma aceleração expressiva.

Em particular, a taxa de inflação para a faixa de renda muito baixa apresentou variações mínimas entre junho (0,20%), e julho (0,19%), enquanto a inflação para a classe alta subiu de 0,28% para 0,44%, nesse mesmo período. Assim como no mês anterior, a redução nos preços dos alimentos (-0,69%) foi o principal fator de alívio para a inflação em julho, especialmente entre os lares com menores recursos.
Estas medidas contribuíram para atenuar o efeito do aumento de 3,0% na tarifa de energia elétrica. Para a classe de renda alta, os efeitos da deflação dos alimentos foram menos significativos, e os aumentos de 19,9% nas tarifas de passagens aéreas, e de 1,6% nos serviços de lazer, revelaram-se cruciais para a aceleração da inflação.
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É importante observar que, apesar de um aumento mais moderado em julho, no total acumulado do ano, as classes de renda muito baixa e baixa, sofrem a maior taxa de inflação (3,4%), impulsionada significativamente pelas subidas nos preços dos alimentos (2,9%), na energia elétrica (10,2%), e nas tarifas de ônibus urbano (6,7%). Em comparação, a faixa de renda alta apresenta a menor taxa (3,0%), beneficiada pela redução em 13,6% nas tarifas de voos.
O índice geral da inflação, conforme medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou de 0,24%, para 0,26%. Enquanto isso, as famílias de muito baixa, e baixa renda, apresentaram variações de 0,20% e 0,21%, em junho, para 0,19% e 0,23%, em julho, respectivamente. No mesmo período, a classe alta passou de 0,28%, para 0,44%. A estabilidade também foi notada em famílias de renda média-baixa, média e média alta, que apresentaram taxas de 0,23%, 0,26% e 0,27%.
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Ao incorporar o resultado de julho no total acumulado do ano, observou-se que as classes de renda muito baixa, e baixa, experimentaram as maiores taxas de inflação, ambas registrando uma elevação de 3,38%. Em contraste, as famílias classificadas nas faixas de renda média-alta e alta tiveram taxas de 3,32% e 3,04%, respectivamente, durante o mesmo período.
Reiterando a tendência observada no mês anterior, exceto para a classe de renda alta, a principal contribuição para a inflação em julho, para as demais classes, veio do setor habitacional, principalmente em função dos aumentos nas tarifas de energia elétrica, que subiram 3,0%. Já entre as famílias de renda mais elevada, o aspecto predominante em julho foi a alta nos custos do setor de transporte, com aumento de 19,9% nas tarifas aéreas.
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Em contrapartida, a diminuição de 0,69% nos preços dos alimentos, impulsionada pela queda nos preços de cereais (-2,7%), legumes e verduras (-1,7%), carnes (-0,3%), além de aves e ovos (-0,7%), proporcionou um alívio significativo na inflação, durante o mês, para as classes de renda mais baixa, dada a relevância do grupo alimentos no orçamento dessas famílias.
Por outro lado, para o grupo de renda alta, esse benefício, decorrente da baixa nos preços dos alimentos, foi, em grande parte, anulado pelo aumento de 0,87%, nos serviços de alimentação fora de casa. Ao comparar com julho de 2024, a inflação atual apresentou um aumento nas 2 primeiras faixas de renda, enquanto as 4 classes subsequentes mostraram uma desaceleração na inflação.
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