Moradores da Favela Kampala protestam contra despejo para obras do metrô em SP

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Moradores da comunidade Kampala, localizada no bairro da Penha, na zona leste de São Paulo, organizaram um protesto na Marginal Tietê na segunda-feira (08). A manifestação reivindicava o direito à moradia e se posicionava contra a desocupação de áreas da favela.

A desocupação da Kampala está na pauta da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). A justiça determinou que a remoção dos moradores deve ser concluída até o final de setembro, segundo o Metrópoles.

Aproximadamente 25% do território da comunidade é alvo de reintegração de posse, já que o terreno será destinado à expansão da Linha 2-Verde do Metrô, que liga a Vila Madalena à Vila Prudente. A futura estação Gabriela Mistral terá um terminal de ônibus e integrará projetos da linha 14-ônix, que conectará Guarulhos ao ABC, e da linha 12-Safira, atualmente entre as estações Brás e Calmon Viana, em Poá.

Em nota, se pronunciou o grupo Kampala Fala se pronunciou no Instagram.

“Não estamos de acordo com a proposta do CDHU de ter um auxílio alugel de 800 reais e queremos que a entrega do imóvel seja uma chave por outra chave, não vamos aceitar que as pessoas fiquem sem casa e sobreviver com auxílio alugem muito baixo, existem pessoas que não tem condições por estarem desempregadas”, diz nota.

Em nota ao Metrópoles, a CDHU esclareceu que a área ocupada pela favela Nova Kampala – Gabriela Mistral pertence à Companhia e que existem ações de reintegração de posse em andamento. A companhia alerta que as condições atuais são inadequadas para moradia devido à contaminação do solo.

A manifestação reivindicava o direito à moradia e se posicionava contra a desocupação de áreas da favela para construção do metrô – Foto: reprodução redes sociais.

“A equipe social realizou cadastro, com mapeamento e numeração de domicílios, entre 23 de junho e 4 de julho deste ano. Também foi montado um escritório próximo à comunidade para atender os moradores, tirar eventuais dúvidas e realizar os trâmites para o reassentamento. A proposta da CDHU é a saída da área com auxílio moradia no valor de R$ 800 até o atendimento definitivo, para o qual será oferecido todo o rol de programas disponíveis na política habitacional do Estado”, afirmou a companhia.

A CDHU acrescentou que o projeto de reassentamento priorizou 476 unidades, com mais de 60% de adesão. Até agora, 78 mudanças já foram realizadas, 50 estão agendadas e as demais seguem em processo de apresentação de documentos. O atendimento inclui plantões realizados em parceria com a Defensoria Pública, destinados à regularização de famílias sem documentação.

“Toda unidade esvaziada precisa ser descaracterizada para conter o risco de reinvasão, o que já foi observado nesse processo, promovido por lideranças tanto da favela quanto externas à comunidade”, completou a CDHU na nota ao Metropoles.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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