Condenado a 11 anos e dez meses de prisão por estelionato, o comediante Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, afirmou em entrevista à TV Record que também foi vítima de golpe. Segundo ele, o responsável pelos prejuízos a centenas de pessoas foi seu ex-sócio, Anderson Bonetti, a quem classificou como “estelionatário profissional”.
“Eu também fui enganado por ele. Tenho plena consciência de que, por minha influência, um estelionatário acabou prejudicando várias pessoas. E isso me dói, porque eu venho do mesmo lugar que essas pessoas. Eu entendo o sofrimento delas”, desabafou o ex-BBB.
Nego Di afirmou que jamais teve intenção de enganar seus seguidores. Disse que confiou em alguém que se mostrou manipulador e agiu de má-fé. “Não faz sentido eu simplesmente acordar e decidir dar um golpe nas pessoas que me acompanham. A loja não era minha. Eu confiava num projeto, como todo mundo. Só que ele era um golpista experiente, não foi um ‘golpezinho’.”
Durante a entrevista, o humorista também falou sobre a pena de quase 12 anos de prisão e os impactos da condenação. “Vou sair depois dos 40. Perco uma parte da minha vida por um crime que eu não cometi. Tem dias que eu acordo e penso: ‘Quando esse pesadelo vai acabar?’ Hoje eu vivo praticamente de nada. Minhas contas foram bloqueadas, o restaurante que eu tinha fechou, estou proibido de aparecer nas redes. Quem me sustenta é minha esposa, que é microinfluenciadora e faz algumas publicidades.”

Cabrini também questionou Nego Di sobre a polêmica envolvendo uma suposta doação de R$ 1 milhão às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, em 2023. Na época, ele publicou um comprovante com o valor, mas, segundo apuração do Ministério Público, as movimentações bancárias indicaram apenas R$ 100 doados.
Sobre isso, o comediante disse que a repercussão dessa história foi ainda mais destrutiva que a prisão. “Me processaram por uso de documento falso, sendo que ninguém foi lesado por isso. A ideia era criar um comprovante simbólico. Eu doei metade desse valor e tinha combinado de pagar o resto parcelado.”
Nego Di reconheceu que a atitude pegou mal, mas justificou o gesto pela urgência da situação no Estado. “As pessoas estavam perdendo tudo. Em uma semana, a vaquinha foi de R$ 50 milhões para R$ 80 milhões. Pode ter sido um erro, mas foi uma mentira que ajudou muita gente. E não tomei essa decisão sozinho, conversei com os organizadores da vaquinha, e eles aceitaram.”
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