Em formato de Festival, projeto premiado acontecerá a partir de 30 de novembro, em edição on-line e gratuita, seguindo a proposta de reafirmar e prestigiar os encontros e projetos de artistas negros em cena
Diferente das edições anteriores em que o aquilombamento se fez latente nas apresentações, o Festival Segunda Black, para não deixar de promover os pensamentos e narrativas pretas em um ano atípico como 2020, atendeu às configurações das medidas de segurança em virtude do novo corona vírus e levou a ocupação para o formato virtual. A programação, que contempla 26 performances, masterclass com a professora Leda Maria Martins e roda de conversa com Hilton Cobra, ocorrerá de 30 de novembro a 8 de dezembro, sempre às 19h30 e poderá ser assistida, gratuitamente, na página do Facebook @asegundablack.
A 4a Edição do Festival Segunda Black, que homenageará os 150 anos do nascimento de Benjamim de Oliveira e o 30° aniversário do Bando de Teatro Olodum, selecionou produções artísticas negras de todo país, consiste na realização de mostra não competitiva de performances ou experimentos teatrais nas modalidades de artes cênicas adulto, tendo como objetivos fomentar as artes cênicas, promover o intercâmbio, as atividades de formação e debates entre artistas e profissionais da área, destacar e divulgar novos talentos e dar continuidade ao movimento criado pelo TEN – Teatro Experimental do Negro –: Inspirar e fortalecer a criação de novas narrativas a nível nacional e internacional.
Além das performances, o Festival terá, em sua abertura, uma masterclass com a professora Leda Maria Martins, às 15h abordando o tema da Memória, um dos eixos curatoriais desta edição. E, no dia 07 de dezembro, no mesmo horário, haverá uma roda de conversa com perspectivas para o fomento e difusão para as artes negras da cena com Hilton Cobra (Ex presidente da Fundação Palmares), Aline Vila Real (Diretora de Artes da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte), Galiana Brasil (Gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural) e Marcos Rego (Gerente de Cultura do Sesc Departamento Nacional).
Desde sua concepção, o projeto preza pela formação dos artistas e de plateia. Nesta edição, tendo a internet como plataforma, há a oportunidade de expandir os horizontes pelas fronteiras fluidas do mundo virtual, permitindo que o público de diferentes partes do Brasil – e também da lusofonia -, possa ter acesso a essas criações artísticas que nas edições anteriores ficaram limitadas à presença física no mesmo espaço-tempo. O Segunda Black encoraja e instiga a inovação como forma de construir um amanhã, portanto, é imprescindível que esta construção seja lúcida da realidade de seu tempo histórico. E a História está no convocando a ressignificar, repensar e produzir novas maneiras de refletir o mundo.
A realização do projeto em formato online, irá gerar postos de trabalho, mesmo que temporários, em um cenário de desemprego e instabilidade econômica. Fomentar o festival em formato digital é proporcionar aos artistas participantes possibilidades de experimentações artísticas alinhadas a linguagem do audiovisual e da transmissão online. Construindo assim narrativas cênicas e performáticas de corpos negros em diálogo com aparatos tecnológicos.