Desigualdade de aprendizado no Brasil aumenta entre alunos negros e indígenas, diz levantamento

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Um estudo do Todos Pela Educação, lançado nesta segunda-feira (28), Dia da Educação, aponta que houve um aumento da desigualdade de aprendizado na educação básica entre alunos negros e indígenas, em comparação com alunos brancos e amarelos.

Os dados são do estudo “Aprendizagem na Educação Básica: situação brasileira no pós-pandemia”, que indica que em 2023, enquanto 45,6% dos alunos do 9o ano, brancos e amarelos, alcançaram o nível adequado em Língua Portuguesa, os estudantes negros e indígenas só alcançaram o índice de 31,5%. Isso representa uma diferença de 14,1 pontos percentuais entre os grupos. Em 2013, a diferença era de de 9,6 pontos.

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

A desigualdade que aumentou, é avaliada como um dos grandes problemas do período pós-pandemia, para a educação, segundo a análise de Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do Todos Pela Educação. “É inadmissível que o país não tenha conseguido, em uma década, reduzir as enormes diferenças de aprendizagem entre estudantes de diferentes grupos raciais e socioeconômicos”, avalia.

O relatório, que usou como base dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), também indica desigualdades de aprendizado na matemática: de 2013 a 2023, a diferença entre os dois grupos cresceu 2,4 pontos.Gabriel aponta que apesar das conquistas dos últimos anos, o impacto da pandemia na educação, precisa ser solucionado.

Temos avanços que precisam ser reconhecidos, mas o contexto geral ainda é de muitos alunos com níveis baixíssimos de aprendizagem. A pandemia intensificou esse quadro e tornou ainda mais urgente e importante que o poder público tenha ações voltadas para a superação dessas defasagens“, diz o porta-voz do Todos Pela Educação.

Foi avaliado o desempenho de alunos do 5o e 9o anos do Ensino Fundamental e da 3a série do Ensino Médio, que estudam na rede pública. Segundo o relatório, “as desigualdades entre estudantes brancos/amarelos e pretos/pardos/indígenas se aprofundaram em todas as etapas de ensino e em ambas as disciplinas analisadas, com exceção à Matemática no Ensino Médio“.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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