Governo de SP começa a retirar famílias da Favela do Moinho em meio a protestos de moradores

ABF3153F-7996-4C32-B61A-BBF002A2860F.png

Na manhã desta desta terça-feira (22) o governo de São Paulo iniciou a remoção dos moradores da Favela do Moinho, localizada nos Campos Elíseos, região central de São Paulo. Durante essa ação, aconteceu um protesto de lideranças contra a decisão, que se opõe a demolição dessas residências. Nessa etapa, foram removidas 11 famílias.

De acordo com a nota do governo enviada ao g1, trata-se de uma “mudança programada”, voltada para aqueles que aderiram a programas habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). Ao Notícia Preta o governo afirma que o “reassentamento tem como objetivo levar dignidade e segurança a essa população, que vive em condições insalubres e sob elevado risco“.

Protesto de moradores da Favela do Moinho nesta terça-feira (22) /Foto: Reprodução CNN

O protesto dessa manhã não é o primeiro. No dia 18 de abril outro protesto ocorreu questionando a presença de agentes da Polícia Militar no local, como parte de uma série de manifestações que acontecem por conta da remoção. Antes disso, no dia 15, moradores fizeram protestaram fazendo uma caminhada pelo centro da capital, contra um projeto do governo do estado de implantar um parque no local, segundo o governo, será o Parque do Moinho.

Em entrevista à CNN, uma moradora da região afirmou que estão tirando as pessoas à força. “Querem tirar todo mundo à força. Nossos filhos nasceram e se criaram aqui. A polícia faz muita barbaridade quando entra. Vivemos ameaçados. Não podemos pagar por um aluguel porque é muito caro. Se moramos aqui, é porque não temos condições de um lugar melhor”, afirmou a mulher que não quis ser identificada.

Segundo informacoes do g1, o governo aponta que a CDHU se reune com os moradores desde 2024, e tem apresentado “opções de atendimento habitacional” e tenta “manter tratativas com as famílias que hoje moram na área, a fim de oferecer moradias dignas e seguras, de acordo com a política habitacional vigente”.

O governo também afirma que a mobilização conta com 87% de adesão da comunidade, e que a mudança ocorre pela comunidade estar em risco por estar “localizada entre linhas de trens, e com elevada incidência de fiação exposta“ e que “das mais de 1,5 mil moradias disponibilizadas para os moradores da comunidade, mais de mil estão localizadas no centro da capital“.

Leia também: SPFW emite comunicado oficial sobre caso de agressão denunciado por designer durante desfile

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

Deixe uma resposta

scroll to top