CIA Ballet Paraisópolis faz apresentações gratuitas em São Paulo no final de abril

02.-Ser-Foto_-Lygia-Contin-1.jpg

Lançada no início de 2024, a Cia Ballet Paraisópolis, a mais nova companhia de dança de São Paulo com direção geral de Monica Tarragó, traz para a cena a estreia de Ser, de Danielle Rodrigues, e a apresentação de Vortex, de Christian Casarin. Com ingressos gratuitos, as coreografias sobem ao palco do Teatro Sérgio Cardoso no dia 24 de abril, quinta-feira, às 20h, e tensionam criação e movimento, além de vivenciar a multiplicidade de processos criativos.

O elenco de 14 bailarinos –  Amanda Dalla, Bruna Nunes, Daniela Oliveira, Ferd Souza, Geise Santos, Giovana Guimarães, Luiz Dias, Maju Vieira, Mariana Farias, Nicoly Sayuri, Priscila Silva, Rafael Mattoso, Rebeca Guilherme e Wellington Dambroski – transpassa os limites da comunidade de Paraisópolis e rompe as barreiras urbanas para apresentar novos horizontes da dança.

Foto: Lygia Contin

De acordo com Monica Tarragó, a estreia de uma nova coreografia e a apresentação de uma obra do repertório reafirma insistentemente quem são os bailarinos da Cia Ballet Paraisópolis e que espaços ocupam com sua dança.

Os coreógrafos responsáveis pelas montagens se dispuseram esticar, torcer e dançar nossas questões como companhia de dança. Do resgate da essência de viver de Danielle Rodrigues a base clássica de Christian Casarin encontramos caminhos encorajadores para os nossos bailarinos explorarem o que temos chamado de dança contemporânea. Esta que não é forma, é manifesto”, enfatiza ela.

Neurônios e música eletrônica

Em Ser, Danielle Rodrigues convoca o espectador a mergulhar nos complexos processos e caminhos que os seres humanos se propõem diariamente, transformando sentimentos e experiências em uma obra que resgata a essência do viver.

Inspirada por um período de desânimo em relação à vida, à dança e à arte, a coreógrafa encontra na criação o caminho para se redescobrir, a partir do limbo, da inércia e do vazio, rumo a um processo de cura e transformação. Usando a função dos neurônios como premissa para a concepção do trabalho, a obra conduz a uma sequência de intensas transições emocionais, onde os neurônios em choque, com suas sinapses desenfreadas, culminam em sensações de exaustão, temor, inseguranças e agonias.

Com um corpo urbano e plural e sem movimentos óbvios, os bailarinos da companhia levam para a cena as subjetividades que nos atravessam todos os dias. As várias vertentes da vida e suas memórias trazem à tona a vulnerabilidade, o caos e a essência inerentes a cada ser”, explica a coreógrafa.

Já Vortex, é uma coreografia original de Christian Casarin, que utilizando o conhecimento técnico e a agilidade dos bailarinos, leva o virtuosismo do treinamento do ballet clássico para reorganizar estruturas tradicionais, alternando e misturando códigos do vocabulário da dança. Com música original composta por DallaNoras, que serve como fio condutor para criar um contraponto entre disciplina e tradição numa paisagem sonora eletrônica, a obra coloca no centro os bailarinos e suas experiências, permitindo uma recomposição corporal e rítmica.

Voltar com a obra ao palco do Teatro Sergio Cardoso é dar continuidade não só a minha pesquisa dentro da linguagem do ballet clássico, mas também poder vivenciar o crescimento desta jovem companhia que vem cada vez mais consolidando sua trajetória dentro do cenário da dança de São Paulo”, conta Christian Casarin.

Leia também: Espetáculo de dança “Iyamesan” realiza circulação em escolas municipais do Rio de Janeiro

Deixe uma resposta

scroll to top