Com o enredo Pororocas Parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós desenvolvido pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, a Grande Rio será a penúltima escola a desfilar na Sapucaí na terça-feira (04). De acordo com Leonardo, em entrevista à Agência Brasil, a agremiação vai apresentar ao público um enredo que ainda não foi visto no Grupo Especial.
“É uma história muito presente nos terreiros da Mina Paraense, que é um complexo religioso fascinante, uma mistura de religiões de matriz africana com religiões dos povos originários brasileiros, indígenas. Então, é um enredo de muita mistura. A própria ideia de pororoca já é isso. A pororoca é o encontro das águas dos rios da Amazônia com as águas salgadas do oceano. O enredo todo é baseado nessa ideia de mistura, de hibridação e é isso, com esse espírito que a Grande Rio vai navegar bastante na Sapucaí“, pontua o carnavalesco.

Ao explicar o enredo, Leonardo conta o ponto de partida da Grande Rio para o carnaval deste ano, com as princesas guiando a trama.
“É uma história de matriz oral que narra a saga de três princesas turcas que se encantaram em alto mar, atravessaram o espelho do encante, não experienciaram a morte e se tornaram entidades encantadas. Elas aportam em território brasileiro e se ‘ajuremam’ no coração da floresta, ou seja, experienciam os ritos da Jurema Sagrada [religião que mistura elementos afros e indígenas], transformando-se em animais de poder”.
Como segundo o carnavalesco o tema é inédito entre as escolas de samba do grupo especial, ele explicz quem são essas princesas, e como elas chegaram até o Pará e se tornaram parte do território, e da cultura que será apresentada pela agremiação, na avenida.
“As princesas são as protagonistas da Mina paraense. São as entidades mais queridas do Tambor de Mina do Pará e celebradas, reverenciadas pelos carimbós.São as protagonistas da Mina paraense. as entidades mais queridas do Tambor de Mina do Pará, celebradas e reverenciadas pelos carimbós. Por mestres como Dona Onete, cuja música Quatro Contas é a espinha do enredo, o que conduz poeticamente a nossa narrativa, já que nessa composição, Dona Onete saúda as três belas turcas como suas protetoras e também a cabocla Jurema”, completou.
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