Após audiência, estudante baleado na Penha (RJ) não está mais sob custódia policial

igor-melo-de-carvalho-jovem-baleado-quando-voltava-para-casa-por-pm-aposentado-1740440264516_v2_900x.jpg

O universitário e influenciador Igor Melo de Carvalho, de 32 anos, baleado por um policial militar da reserva na madrugada de segunda-feira (24), na Penha, Zona Norte do Rio, não está mais sob custódia policial. A decisão foi tomada nesta terça-feira (25) durante uma audiência de custódia. Igor, no entanto, continua internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde se recuperou de uma cirurgia que resultou na perda de um rim. O motorista da moto em que Igor estava quando foi baleado, Thiago Marques Gonçalves, de 24 anos, também foi liberado.

A Polícia Civil investiga o caso, que ocorreu após Igor pegar uma moto de aplicativo para voltar para casa. Ele e o motociclista foram perseguidos e alvejados por um motorista, que se revelou ser um PM da reserva. O policial alegou que acreditava que a dupla tinha envolvimento no roubo do celular de sua esposa horas antes.

Igor foi alvejado quando saia do trabalho na Zona norte do Rio /Foto: Reprodução Redes Sociais

Imagens de câmeras de segurança mostram que Igor saiu do trabalho por volta das 1h06 da madrugada de segunda-feira, enquanto o assalto à esposa do policial teria ocorrido por volta das 23h de domingo. A discrepância nos horários levanta dúvidas sobre a justificativa do agente da reserva para abrir fogo contra os dois homens.

A prima do jovem, a historiadora e ativista Pâmela Carvalho, afirmou que a família possui imagens de câmeras de segurança que confirmam que Igor estava trabalhando na hora do crime de que foi acusado.

Thiago, que trabalha como motociclista de aplicativo e faz jornadas de até 17 horas diárias para sustentar seus dois filhos pequenos, chegou a ser preso, mas também foi liberado após audiência de custódia.

A família de Igor negou qualquer envolvimento dele com o crime e já anunciou que pretende processar o Estado. “A gente vai processar o Estado porque sabemos que isso é culpa também do Estado. Ele estava trabalhando. É desesperador, mas a gente tem certeza de que vamos fazer justiça. Ele foi vítima de racismo estutural“, disse Marina Moura, esposa de Igor, em entrevista à GloboNews.

Leia também: Universitário Igor Melo é alvejado nas costas por policial reformado após ser “confundido” com bandido

Deixe uma resposta

scroll to top