A prefeitura de São Paulo anunciou na última terça-feira (25), a instalação de um painel que contabilizará em tempo real e por 24h o número de prisões na cidade por meio do Smart Sampa. A iniciativa, no entanto, foi criticado pela Defensoria Pública em relação ao uso da tecnologia de reconhecimento facial (principal premissa do programa Smart Sampa), durante os blocos de carnaval.
O órgão encaminhou um ofício ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) na última quinta-feira (20), que visa garantir a livre manifestação dos foliões sem os olhos do poder municipal sobre si. O documento ainda pede para que tenha um manejo transparente e auditável da tecnologia e que seu uso durante os bloquinhos seja somente em casos excepcionais. Mas foi ignorado pela prefeitura da cidade.

“Temos 5 dias de prazo para responder. O secretário Orlando Morando vai estar respondendo dentro do prazo, mas é um verdadeiro absurdo, um verdadeiro absurdo você ter a defensoria pública, que é uma instituição tão importante, que cuida dos mais vulneráveis, né? Que cuida de atender o direito dos mais vulneráveis, e não defender a população contra os criminosos” disse o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em tom de crítica a Defensoria durante inauguração do prisômetro.
O ‘prisômetro’ que tem 3 metros de altura e 1 metro de comprimento, tem seu nome inspirado no impostômetro, instalado na fachada da Associação Comercial do Estado de São Paulo (ACSP), localizada no centro histórico da capital paulista.
O que é o Smart Sampa
O programa Smart Sampa, é um programa de segurança urbana gerido pelo poder executivo de São Paulo. Contando atualmente com mais de 23 mil câmeras de monitoramento espalhadas em pontos estratégicos de intensa movimentação de pessoas e prédios públicos da capital, que permitem o reconhecimento facial de criminosos, foragidos da justiça e situações de ocorrência de furto, tendo como base um banco de dados de pessoas junto a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e visa integrar também outras instituições públicas.
Uma vez que um indivíduo é flagrado pelas câmeras inteligentes, a inteligência artificial cruza os dados com o banco de informações e emite um alerta, que é recebido na central de monitoramento que fica na região central da cidade e conta com 400 colaboradores entre Guardas Civís metropolitanos (GCMs) e defesa civil que em conjunto avaliam a situação e deslocam a viatura mais próxima do ocorrido. a ferramenta custa 10 milhões de reais por mês aos cofres da prefeitura.
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