“Eu não vou permitir esse macaco”, disse e o Caso é denunciado à Polícia Civil
Aconteceu no último domingo (25): uma moradora de condomínio um de luxo não permitiu a entrada e chamou um entregador de uma hamburgueria de “macaco” por conta da cor de sua pele, em Goiânia (GO). Através das redes sociais, a gerente do estabelecimento denunciou o crime e prestaram queixa na Polícia Civil, na última terça-feira (27). O nome da agressora não foi revelado. “Esse preto não vai entrar no meu condomínio […] Eu não vou permitir esse macaco”, Ana Carolina Gomes de Andrade, gerente e irmã do proprietário do restaurante Ham Burguer, em Goiânia, compartilhou as mensagens que havia recebido na noite de domingo de um cliente ao pedir a confirmação de dados para a entrega.
Nos Tweets, Ana afirma que enviou mensagens à cliente para saber o endereço exato da mulher no condomínio Aldeia do Vale. Ao saber que o entregador, Elson Oliveira Santos, era negro, a cliente dispara “Manda outro motoboy que seja branco. Esse preto não vai entrar no meu condomínio”. Ao ler as mensagens, a gerente se recusou a trocar de entregador e a continuar atendendo a mulher, “não toleramos racismo”. A cliente, então, escreveu: “Adeus. Não uso restaurante judaico”.
“No começo, durante uns 15 segundos, pensei que era mentira ou algum tipo de teste com o restaurante, uma vez que me recusei a acreditar que eu realmente havia lido isso”, relatou a gerente. “Me veio na cabeça mil xingamentos, mas como representante do estabelecimento, tive que responder com educação. Me indigna o fato de que isso realmente aconteceu. Espero que essa criminosa não saia impune, isso é crime!”.
Com 12 anos de atuação, Elson conta que nunca havia passado por uma situação semelhante. “Todos são iguais. Dói muito saber que ainda tem gente com capacidade de agir assim com as pessoas”, comentou.
Em entrevista ao Notícia Preta, o proprietário da Hamburgueria, Éder Leandro Rocha, relatou que a denúncia foi realizada e que o restaurante não tolera nenhum tipo de preconceito. “Ficamos sem reação no momento, pois não sabíamos como falar pra ele sobre a situação. Mas falamos mesmo assim. Ficamos todos indignados”, comentou. “O restaurante apoia totalmente a punição do criminoso e estamos indo atrás das medidas cabíveis para identificação do mesmo. É algo inadmissível. Na visão do restaurante, o funcionário deve ser competente, independente de opção sexual, sexo, cor, religião, etc”. Éder afirmou que a denúncia foi realizada e que, quando encontrada, a agressora será processada.
Nas últimas semanas, dados entregues pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam um aumento nos registros de casos de racismo e injúria racial. A professora de História da África e da Cultura Afro-brasileira no Instituto Federal de Goiás (IFG), Janira Sodré, aponta que “o crescimento de juntamente com o avanço da consciência política sobre a injustiça que o racismo é, em si mesmo. E cresce em razão direta de um trabalho coletivo, realizado por inúmeros grupos, coletivos, lideranças, movimentos, instituições. E pela amplificação do conhecimento sobre os caminhos legais para a denúncia”, comentou ao NP.
Posicionamento do Condomínio
Em nota, o Residencial Aldeia do Vale informou que o suposto autor do crime de injúria racial não é morador do residencial, visitante ou frequentador daquele condomínio. O nome da pessoa suspeita, identificado pela DERCC não está dentro do cadastro de moradores, visitantes, prestadores de serviço ou frequentadores do condomínio, bem como o CPF informado pela delegacia.
…É TÃO INDIGNO E IRRACIONAL, QUE QUASE NAO SE SABE O QUE COMENTAR…QUANDO VAMOS ENTENDER OS RECADOS DE DEUS, PRA NOS TORNARMOS PESSOAS MELHORES…ESSA PANDEMIA É UM RECADO CLARO…ACORDEM RACISTAS…ISSO NAO SE USA MAIS…O RESPEITO AO PRÓXIMO É A ORDEM ATUAL…MINHA SOLIDARIEDADE IRRESTRITA A TODAS ESSAS PESSOAS AVILTADAS…