A Terça Negra voltou a acontecer com apresentações de Grupos Afro no Pátio de São Pedro no Recife, local considerado um dos redundo para a celebração da história e da herança afro de Pernambuco. As apresentações dos grupos começaram na últma semana, e continuam nesta terça-feira (18) e na da próxima pré carnavalesca, a partir das 19h, de forma gratuita.
Na noite de estreia, subiram ao palco montado no Pátio de São Pedro para essa reestreia especial a agremiação Maracatu Leão da Campina, que abriu o evento. Na sequência, o grupo Gryô, Lamento Negro, Bione e Afoxé Ogbom Obá completaram as apresentações da primeira noite.

As apresentações continuam, nos dias 18 e 25, com as seguintes atrações:
Dia 18/02
19h – Afoxé Filhos de Ayrá
20h – Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu (200 anos)
21h – Maracatu Estrela Brilhante de Nazaré da Mata
22h – Suprema Côrte
23h – Manga Rosa + Dirceu Melo + Catarina Rosa
Dia 25/02
19h – Povo de Oxaguiã
20h – Ava Guimarães
21h – Maracatu Porto Rico
22h – Lucas dos Prazeres
23h – Banda Cubana Rasta
00 h – Walter de Afogados
“Estamos realizando mais de 40 prévias no Recife até o dia 26 de fevereiro, que marca o início oficial do Carnaval. E essa terça-feira é muito especial, pois é o resgate e a valorização de toda a música afro e da ancestralidade que Recife carrega, com uma infinidade de linguagens. Temos maracatu, afoxé e muito mais“, destacou Mile Megale, secretária de Cultura do Recife, para a Fonte Folha de Pernambuco.
A Terça Negra começou em 1998, no Pagode do Didi, localizado na Rua Ulhôa Cintra, no bairro de Santo Antônio. Em 2001, passou a acontecer no Pátio de São Pedro, tornando-se parte do calendário cultural oficial da cidade.
O encontro cultural foi criado pelo Movimento Negro Unificado (MNU), que surgiu no Recife em 1979 e ganhou força na década de 1990. Em seus primeiros passos, o MNU pretendia ir além do chamado samba de raiz, divulgando outras vertentes da cultura negra, como o maracatu, o afoxé, coco de roda e até o reggae e o hip hop.
“Resistência é o que a gente pensa e faz desde 2000. A Terça Negra tem sido um espaço essencial para a propagação da música negra em Pernambuco. E a edição especial de carnaval é o momento de celebrar esses 27 anos de resistência. A Terça Negra não é só um evento cultural, é também um projeto político e religioso, focado na luta contra o racismo e a intolerância religiosa, além de promover o letramento racial“, ressaltou Demir da Hora, representante e porta-voz do Movimento Negro Unificado (MNU), também para a Fonte Folha de Pernambuco.
Leia também: Galo da Madrugada adota iniciativa sustentável em sua confecção para carnaval deste ano