A prefeitura da cidade de Zé Doca, no Maranhão, é comandada pela prefeita Flavinha Cunha (PL), que resolveu “inovar” e promover um festival de“louvor e adoração a Deus” , segundo a ela, de 1º a 4 de março para substituir o Carnaval “tradicional”. A cidade de 40 mil habitantes, segundo o IBGE, desembolsou R$600 mil na contratação de atrações Gospel, e após as mudanças a justiça deu 72h para a prefeitura dar explicações.
O festival gospel da cidade chamará “Adora Zé Doca”, o valor do cachê passa de R$ 600 mil de acordo com apuração do ICL notícias. E o palco da cidade terá: Maria Marçal (1° de março): R$ 210 mil, Banda Morada (2 de março): R$ 170 mil Gerson Rufino (3 de março): R$ 90 mil, Kleber Nascimento (3 de março): R$ 60 mil e 3 Palavrinhas (4 de março): R$ 75 mil.
A adoração evangélica foi anunciada no perfil do Instagram da prefeita que aparece ao lado do deputado Josimar de Maranhãozinho (PL) que engrossou o coro e disse:
“Está chegando o período do carnaval e o curioso é que Zé Doca vai promover o primeiro festival gospel de toda a região. Nesse ano, nós não teremos o carnaval tradicional em Zé Doca”, disse ele. Segundo a prefeita a mudança é para “uma inovação para agradar toda população”, afirmou.
Justiça cobra explicação
O juiz Marcelo Moraes Rêgo de Souza determinou 72 horas para a prefeitura apresente justificativa para a realização do festival. Isso porque uma ação popular foi movida pelo advogado Jean Menezes de Aguiar, pedindo a justiça o cancelamento do festival. A ação denuncia que o festival viola a Constituição quebrando o princípio do Estado laico e promovendo discriminação religiosa.
“A prefeita age com absoluta falta de ética, lealdade e honestidade na gestão dos recursos e no exercício das competências, quando escolhe uma cepa religiosa, que pública e sabidamente guerreia, nos programas de TV, comissivamente com outras tantas crenças e modos, para empreender festa oficial do Município sob sua gestão administrativa”, diz trecho da ação.
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